Brasil

Haddad nega planos de candidatura em 2026 e incentiva Lula para reeleição

Haddad defendeu que o presidente precisa estar disponível para o país, mas que a decisão sobre concorrer novamente é de foro íntimo

Haddad: "A pior coisa que um político pode fazer é sentar em uma cadeira pensando em outra" (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Haddad: "A pior coisa que um político pode fazer é sentar em uma cadeira pensando em outra" (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 13 de julho de 2023 às 15h19.

Última atualização em 13 de julho de 2023 às 15h36.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira 13, não ter planos para lançar candidatura em 2026 e que gostaria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentasse a reeleição. "A pior coisa que um político pode fazer é sentar em uma cadeira pensando em outra", disse em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV, sobre suas ambições políticas.

Sobre a reeleição de Lula, Haddad defendeu que o presidente precisa estar disponível para o País, mas que a decisão sobre concorrer novamente é de foro íntimo e que o PT respeitará a vontade de Lula.

Questionado sobre o posicionamento do partido para as eleições municipais de 2024, o ministro comentou sobre a situação de São Paulo. "Tem um acordo com o PSOL para São Paulo e penso que tem de cumprir", disse, em relação à aliança que viabilizaria a candidatura de Guilherme Boulos para a prefeitura.

Relação com o Parlamento

Haddad disse que nunca teve dificuldades em dialogar com o Parlamento, mas reconheceu que a relação entre Legislativo e Executivo pode ser aprimorada. Ele também ressaltou a boa relação que mantém com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Nunca tive dificuldade de dialogar com o Parlamento. Eu gosto do Parlamento", disse, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV, reiterando que o Executivo ainda pode melhorar as relações com o Parlamento. Haddad comentou que a pressão de ser o ministro da Fazenda na transição Bolsonaro-Lula foi uma experiência incomum, mas que teve apoio justamente de outros Poderes, principalmente do Legislativo.

"Me dou bem com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, que foram os fiadores da transição, junto com o STF após o 8 de janeiro", disse, frisando que não houve colaboração da parte do governo Bolsonaro.

Haddad também destacou o semestre produtivo para a área econômica, em que houve entregas para Legislativo e Judiciário quase todos os meses e avanços importantes, como a aprovação da reforma tributária e a pacificação de questões também tributárias na Justiça.

Tarcísio

O ministro da Fazenda disse que a formação mais bolsonarista do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não foi um impeditivo para os dois manterem bom diálogo e buscarem solução para a reforma tributária, por exemplo. Ele comentou a repercussão da foto em que os dois apareciam lado a lado e que incomodou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores mais radicais.

"Tarcísio não nega ser bolsonarista, embora se apresente de forma mais leve. A formação [ideológica] não me impede, como ministro, de dialogar com o governador de São Paulo", disse. Ele lembrou que os dois conversaram sobre a necessidade de manter a centralização da arrecadação do tributo subnacional que será criado com a reforma tributária, e esse foi um dos pontos que permitiu o avanço do texto após 30 anos.

Ele também citou a radicalização dos protestos com as invasões aos prédios dos Poderes no 8 de janeiro e comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de condenar Jair Bolsonaro e torná-lo inelegível. "Se ilude quem pensa que não houve uma tentativa de golpe no Brasil", disse o ministro.

Sobre a investigação contra Bolsonaro, Haddad disse lamentar quando o cenário eleitoral é afetado por decisões da Justiça, mas avaliou que um indivíduo não pode cometer crimes por ser popular.

Acompanhe tudo sobre:PolíticaFernando HaddadLuiz Inácio Lula da SilvaEleições

Mais de Brasil

Regulamentação da IA deve ser votada pelo Senado antes do recesso, diz Pacheco

Após decisão do STF, Lira cria comissão para analisar PEC das drogas na Câmara

Maconha vai ser legalizada no Brasil? Entenda a decisão do STF sobre a descriminalização da droga

Nova parcela do Pé-de-Meia começa a ser paga nesta quarta-feira

Mais na Exame