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Greenpeace faz anúncio (falso) com Dilma e Alckmin

A peça dá a entender que, tanto a presidente quanto o governador, são responsáveis por dobrar a extensão das linhas de metrô em São Paulo até o fim de 2014

Greenpeace: ativista nega que a ONG tenha cometido crime eleitoral, mas assume que anúncio é falso (Divulgação/Greenpeace)
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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 09h30.

São Paulo - É do Greenpeace, ONG conhecida por ações midiáticas de defesa do meio ambiente, a autoria dos cerca de 100 cartazes espalhados por pontos de ônibus da cidade de São Paulo em que a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) aparecem juntos. Candidatos à reeleição, Dilma e Alckmin são filiados a partidos adversários no plano nacional e estadual.

A peça estampa as logomarcas dos governos federal e estadual e dá a entender que, tanto a presidente quanto o governador, são responsáveis por dobrar a extensão das linhas de metrô em São Paulo até o fim de 2014.

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"A espera acabou. Até o final de 2014 a extensão do metrô de São Paulo vai dobrar", diz o texto disposto acima das fotos de Alckmin e Dilma, conforme mostrou ontem o jornal Folha de S. Paulo. Os cartazes foram espalhados por 100 pontos de ônibus das regiões da Avenida Paulista, do Ibirapuera e na Vila Madalena.

O advogado Silvio Salata, consultor da comissão nacional de Direito Eleitoral da OAB, disse que a ONG pode ser alvo de inquérito policial porque cometeu diversos delitos, como falsidade ideológica e propaganda eleitoral irregular. "O autor colocou uma coisa absolutamente falsa, com a marca dos governos e juntou dois candidatos que estão em polos opostos", disse.

A campanha de Alckmin afirmou que vai processar os autores dos cartazes. Pela legislação eleitoral brasileira, candidatos à reeleição não podem ter suas imagens vinculadas a propagandas institucionais.

A ação, classificada pela coordenadora da campanha de transportes do Greenpeace , Bárbara Rubim, de "intervenção urbana", consistiu na colocação dos cartazes de protesto por cima dos originais, de publicidade paga.

"A ideia era gerar estranhamento mesmo", disse. Ela nega que a ONG tenha cometido crime eleitoral, mas assume que o anúncio é falso. Segundo ela, trata-se de um protesto pelo não cumprimento de promessas feitas durante a campanha passada.

"Faz-se de tudo para conseguir os votos dos eleitores e, depois das urnas, as ideias são abandonadas ", disse. Ela ironizou o fato de o governo estadual negar a autoria dos cartazes, mas não citar a promessa não cumprida.

A concepção dos cartazes é de autoria da própria ONG. Não houve, segundo Bárbara, contratação da Ótima, concessionária que administra publicidade nos os pontos de ônibus em São Paulo. A empresa não autorizou seus clientes a divulgar o conteúdo.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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