Funcionários públicos cobraram propina na Copa, diz jornal
Funcionários públicos brasileiros de um órgão do governo e de estatais teriam cobrado propina para dar a uma empresa alemã contratos para o Mundial
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2015 às 09h42.
Genebra - Funcionários públicos brasileiros de um órgão do governo e de estatais teriam cobrado propina para dar a uma empresa alemã contratos para a Copa do Mundo de 2014 . Essa foi a denúncia interna que a companhia de engenharia Bilfinger recebeu e que obrigou a direção a abrir investigações no ano passado.
A revelação foi publicada pelo jornal Bild e confirmada pela empresa. Já a Fifa jogou a responsabilidade para o Brasil, alegando que esses contratos não passaram por ela.
No total, a companhia fechou em 2014 contratos com o governo brasileiro avaliados em R$ 21,2 milhões. Além da Copa, a empresa presta serviços no Brasil para a Petrobras, para a Agência Nacional do Petróleo, para a o Senado Federal e para a Anatel.
Apenas para o fornecimento de 1,5 mil monitores e software para o Centro Integrado de Comando e Controle da Copa do Mundo, foram R$ 13 milhões em contratos.
O sistema era considerado como um dos principais legados do Mundial e permitia a centralização da operação de segurança.
À reportagem, o porta-voz da empresa na Alemanha, Sacha Bamberger, revelou que foi uma "denúncia interna" que resultou em uma investigação. "Começamos esse processo em 2014", indicou.
Segundo o Bild, porém, as propinas chegaram a 20 milhões de euros durante a preparação da Copa.
A empresa confirma que uma avaliação inicial mostrou que, de fato, empregados estão sob a suspeitas de terem pagou propinas no Brasil para ficar com os contratos. Mas sugere que os valores seriam menores e apenas incluiriam um contrato de 6 milhões de euros.
"A Bilfinger recebeu informações internas no ano passado indicando que pode ter havido violações nos regulamentos de ética do grupo a respeito do fornecimento de monitores para os centros de segurança em grandes municípios brasileiros", disse a empresa por meio de uma nota.
"A empresa imediatamente abriu uma completa investigação sobre o caso. A denúncia está ligada à suspeita de pagamento de propinas por parte de funcionários da Bilfinger no Brasil a funcionários públicos e funcionários de empresas estatais", alertou a empresa.
Na avaliação inicial da empresa, não restam dúvidas de que existem provas que de fato "substanciam" as acusações e suspeitas que foram levantadas. A questão, segundo ela, é saber quem o recebeu e quando.
Por enquanto, a Justiça alemã afirma que está apenas "acompanhando o caso". Mas a própria companhia admite que, dependendo do resultado da investigação, a empresa lançará um processo contra os envolvidos.
RESPONSABILIDADE - Segundo o Bild, parte da propina ainda foi para funcionários da Fifa. Mas a entidade insistiu que a questão da segurança não era sua responsabilidade e que tal medida era de competência do Comitê Organizador da Copa, ao lado do governo brasileiro.
Contatada pela reportagem, a assessoria da entidade indicou que o caso se refere "a projetos do governo local". "Nem a Fifa e nem seus empregados estiveram envolvidos em dar contratos de cidades-sedes ou do governo federal", declarou.
Para a entidade, esses são serviços que "claramente cabem às autoridades locais". "Isso não pertence às áreas de responsabilidade da Fifa", insistiu.
Durante a Copa, a questão da segurança gerou polêmica, principalmente após a invasão do Maracanã por torcedores chilenos. Quem venceu a licitação para se ocupar do estádio no Rio, por exemplo, também foi alvo de críticas das demais empresas do setor.
A vencedora no caso do Rio foi a Sunset Vigilância, que tinha como diretor o tenente-coronel da PM Anderson Gonçalves. Até 2013, ele atuava na equipe de segurança do então governador do Rio, Sérgio Cabral Filho.
No Ceará, o Sindicato de Vigias do Estado havia alertado a Fifa de que a empresa contratada para fazer a segurança do Castelão, em Fortaleza, era a menos indicada do setor e que não daria conta do evento. Nos primeiros jogos, o governo foi obrigado a assumir parte da segurança - caso da partida entre Brasil e México.
Estádio | Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha |
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Local | Brasília (DF) |
Objetivo | Reforma do estádio |
Investimento Global | 1,403 bilhão de reais |
Financiamento Federal | - |
Investimento Governo Local | 1,403 bilhão de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã) |
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Local | Rio de Janeiro (RJ) |
Objetivo | Reforma do estádio |
Investimento Global | 1,05 bilhão de reais |
Financiamento Federal | 400 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 650 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Arena Corinthians |
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Local | São Paulo (SP) |
Objetivo | Construção do Estádio do Corinthians |
Investimento Global | 1,08 bilhão de reais |
Financiamento Federal | 400 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 420 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | 260 milhões de reais |
Estádio | Estádio Octávio Mangabeira (Fonte Nova) |
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Local | Salvador (BA) |
Objetivo | Reconstrução do estádio da Fonte Nova |
Investimento Global | 689,4 milhões de reais |
Financiamento Federal | 323,6 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 365,8 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão) |
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Local | Belo Horizonte (MG) |
Objetivo | Reforma e adaptação do Estádio |
Investimento Global | 695 milhões de reais |
Financiamento Federal | 400 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 295 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Estádio José Pinheiro Borda (Beira-Rio) |
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Local | Porto Alegre (RS) |
Objetivo | Reforma do estádio |
Investimento Global | 366,3 milhões de reais |
Financiamento Federal | 275,1 milhões de reais |
Investimento Governo Local | - |
Investimento iniciativa privada | 91,2 milhões de reais |
Estádio | Arena da Amazônia Vivaldo Lima |
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Local | Manaus (AM) |
Objetivo | Reconstrução da arena |
Investimento Global | 660,5 milhões de reais |
Financiamento Federal | 400 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 260,5 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Arena Pantanal |
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Local | Cuiabá (MT) |
Objetivo | Construção |
Investimento Global | 596,4 milhões de reais |
Financiamento Federal | 337,9 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 258,5 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Estádio Governador Plácido Castelo (Castelão) |
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Local | Fortaleza (CE) |
Objetivo | Reforma do estádio |
Investimento Global | 518,6 milhões de reais |
Financiamento Federal | 351,6 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 167 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Arena da Dunas |
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Local | Natal (RN) |
Objetivo | Construção da arena |
Investimento Global | 400 milhões de reais |
Financiamento Federal | 396,6 milhões de reais |
Investimento Governo Local | 3,4 milhões de reais |
Investimento iniciativa privada | - |
Estádio | Estádio Joaquim Américo Guimarães |
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Local | Curitiba |
Objetivo | Reforma e ampliação do estádio |
Investimento Global | 391,5 milhões de reais |
Financiamento Federal | 131,2 milhões de reais |
Investimento Governo Local | - |
Investimento iniciativa privada | 260,3 milhões de reais |