Estádios superfaturados

Nesta terça-feira, a Polícia Federal prendeu o assessor especial da Presidência da República Tadeu Filippelli (PMDB) e os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT). As prisões fazem parte da Operação Panatenaico, deflagrada pela Procuradoria da República e pela PF no Distrito Federal para investigar irregularidades no superfaturamento de 900 milhões de reais, em valores corrigidos pela inflação, na reforma do estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014.

A PF apura os depoimentos prestados em acordo de delação premiada por executivos da Andrade Gutierrez, que revelaram prática de cartel e pagamento de propina em torno das obras no estádio de Brasília para o Mundial. De acordo com os delatores, foi acertado o repasse de 1% do valor total da obra para os agentes políticos em forma de propina.

Orçada inicialmente em cerca de 600 milhões de reais, a reforma do local custou 1,5 bilhão de reais, fazendo da arena a mais cara da Copa. Em comunicado, a PF afirmou que “o superfaturamento, portanto, pode ter chegado a quase 900 milhões de reais”.

Segundo a agência de notícia Reuters, a renovação da arena para o Mundial de 2014 não recebeu empréstimos do BNDES, ao contrário dos demais estádios da Copa financiados com recursos públicos, mas sim da estatal do DF Terracap, que tem 49% de participação da União. De acordo com a PF, a Terracap “encontra-se em estado de iminente insolvência” em razão da obra na arena.

As obras do Mané Garrincha não são as únicas que estão sendo investigadas com base nas delações premiadas de executivos de empreiteiras no âmbito da operação Lava-Jato. Abaixo, outros estádios sob suspeita de irregularidades e em quais contratos já foram identificados superfaturamentos.

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