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Em reunião, secretário de Doria ameaça "quebrar cara" de ativista

André Sturm chega a fazer uma ameaça sobre "quebrar a cara" do ativista Gustavo Soares, que chama o secretário de "desequilibrado"

André Sturm: em trecho do áudio, secretário afirma que o militante está fazendo um "discursinho babaca" e o chama de "chato". (Facebook/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2017 às 12h32.

Última atualização em 30 de maio de 2017 às 14h21.

São Paulo - Em gravação de áudio divulgada nas redes sociais, o secretário de Cultura da cidade de São Paulo , André Sturm, discute com um integrante do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, da zona leste da capital.

Em determinado momento, o secretário chega a fazer uma ameaça sobre "quebrar a cara" do ativista Gustavo Soares, que chama Sturm de "desequilibrado".

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"Vai cuidar da sua vida. Acabou a molecagem, vai arranjar lugar para fazer as suas gracinhas. Eu não vou quebrar a sua cara porque eu não vou sujar a minha mão", diz Sturm, enquanto o ativista afirma que vai registrar um boletim de ocorrência por causa das ameaças.

"Faz um boletim de ocorrência, é isso mesmo, superdemocrático, bacana, articulado", rebate o secretário.

Em outro trecho do áudio, Sturm afirma que o militante está fazendo um "discursinho babaca" e o chama de "chato".

Ao fim, declara que o ativista "será devidamente expulso" do espaço que ajuda a administrar, a Casa de Cultura de Ermelino Matarazzo.

Reunião

A discussão ocorreu no fim da tarde de segunda-feira, 29, na sede da Secretaria Municipal de Cultura, na qual o Movimento Cultural Ermelino Matarazzo pretendia discutir a renovação de um fomento cultural que recebia da Prefeitura. Na reunião, que durou quase 30 minutos, Sturm indica que o movimento deveria fazer um procedimento junto à secretaria para formalizar a parceria.

Segundo Sturm, não há previsão de orçamento para patrocinar atividades como as realizadas na casa de cultura, embora possa seguir pagando as contas de água e luz. Ele sugere, contudo, que, com um novo acordo, o espaço poderá promover atividades pagas (no máximo 40% do total) e implantar um café, no qual se poderia vender produtos como bolos, coxinhas e refrigerantes.

"Não vejo como vantagem nenhuma a gente burocratrizar um processo, que está de forma autônoma, articulando o movimento. (...) Sinceramente, a proposta não me agradou", afirmou Gustavo Soares no fim da fala do secretário, que rebateu, antes de dar início à discussão: "Vamos analisar proposta, mas não vamos fazer nada enquanto não estiver formalizado".

Em nota enviada à imprensa, o secretário pediu desculpas e comentou o episódio. "Durante reunião com agentes culturais de Ermelino Matarazzo me exaltei e usei linguagem inadequada para a posição de Secretário. Por esta atitude peço desculpas ao rapaz e a todos os munícipes", escreveu.

"Recebemos ontem representantes do Coletivo de Ermelino Matarazzo para oferecer uma parceria que visava a manutenção do grupo no espaço, com autonomia e segurança. Ao contrário do que imaginávamos, o coletivo não buscava formalizar a parceria. A intenção era apenas obter recursos públicos, sem prestação de contas.  Nossa proposta sempre foi a de reconhecer a ação cultural que estava sendo feita, mas com responsabilidade, por se tratar de uma Casa de Cultura. Lamento  minha atitude e reforço o compromisso de permanecer aberto ao diálogo com todos os segmentos artísticos e agentes culturais da cidade, como tenho feito desde o primeiro dia da gestão, na construção de políticas e ações que buscam valorizar a cultura em todas as formas de expressão", acrescentou.

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Após o entrevero, o Movimento Cultural Ermelino Matarazzo publicou uma nota de repúdio. A Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Cultura não se manifestaram sobre o assunto até a publicação desta matéria. O espaço esta aberto para manifestações.

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