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Em 20 anos, quatro governadores eleitos do RJ foram presos por corrupção

Antes de Pezão, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral também foram detidos em operações policiais

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Governadores eleitos: todos foram presos por corrupção (Montagem/EXAME/Agência Brasil)

Governadores eleitos: todos foram presos por corrupção (Montagem/EXAME/Agência Brasil)

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Clara Cerioni

Publicado em 29 de novembro de 2018 às, 11h32.

Última atualização em 30 de novembro de 2018 às, 15h36.

São Paulo — A prisão do atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, na manhã desta quinta-feira (29), consolida uma tendência infeliz na política carioca.

Desde 1998, todos os quatro governadores eleitos para comandar o estado foram presos por corrupção. Antes de Pezão, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral também foram detidos em operações policiais.

O atual governador do Rio, no entanto, é o primeiro a ser preso exercendo seu mandato. Os outros políticos já haviam deixado o cargo quando condenados.

Além dos governadores, já foram detidos no Rio de Janeiro todos os presidentes da Assembleia Legislativa, de 1995 a 2017 — Sérgio Cabral, Jorge Picciani e Paulo Melodez.

Também foram presos dez dos 70 deputados estaduais, cinco dos seis Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e o procurador-geral do Ministério Público carioca, Cláudio Lopes.

Histórico de prisões

Desde 2016, a Polícia Federal junto com a justiça do Rio de Janeiro têm aprofundado as investigações sobre um grande esquema de corrupção montado em uma das principais cidades brasileiras.

Em novembro do ano retrasado, o ex-governador Sérgio Cabral foi preso pela Operação Lava Jato sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos — um mês depois sua esposa, Adriana Ancelmo, foi detida na mesma investigação.

O prejuízo estimado pelos investigadores é de que o desvio de verbas públicas foi de mais de 220 milhões de reais. As condenações por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas de Cabral somam mais de 180 anos de prisão.

Já em novembro de 2017, o ex-governador Anthony Garotinho foi detido com sua esposa, a também ex-governadora Rosinha Garotinho, pela PF.

Segundo o Ministério Público Estadual, os políticos foram acusados de cometer crimes eleitorais, corrupção e organização criminosa. A denúncia afirma que, entre 2009 e 2016, eles fraudaram contratos para fazer caixa dois em campanhas.

No mesmo mês, Rosinha deixou a prisão e Garotinho saiu logo em seguida, em dezembro do ano passo.

Este ano, Garotinho tentou se candidatar ao governo do Estado, mas foi barrado pelo Tribunal Regional Eleitoral. A decisão teve como base uma sentença que condenou o político de ter envolvimento em um esquema de desvio de 234 milhões de reais da Secretaria Estadual de Saúde, durante 2005 e 2006.

Pezão assumiu esquema de Cabral

Vice de Cabral em seu segundo mandato, em 2011, Pezão é acusado de ter assumido o esquema de seu antecessor.

A PGR investiga que ele recebeu pagamentos em espécie que totalizam o equivalente a 39 milhões de reais em valores atualizados.

Segundo Raquel Dodge, Pezão liderou o amplo esquema de corrupção o Estado após a prisão do ex-governador Sérgio Cabral. A PGR afirma ainda que ele continuou a cometer crimes apesar do andamentos das investigações.

“Mesmo depois das prisões já feitas em relação aos que lideravam até recentemente esse esquema criminoso, houve uma nova liderança, e é nessa perspectiva que reponta a atuação do atual governador do Rio de Janeiro, que assume a liderança desse esquema e nele inclui novos atores, o que evidencia que houve uma sucessão com novos participantes sob uma nova liderança”, disse Dodge em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

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