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Duque: Lula sabia; Ex-Funai critica…

Lula sabia de tudo Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta sexta-feira, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque apontou o ex-presidente Lula como chefe da organização criminosa investigada pela Lava-Jato. Ele revelou que teve três encontros com Lula, em 2012, 2013 e 2014, quando já havia saído do cargo na estatal, e que […]

Renato Duque em depoimento a Moro em 2017 (Justiça Federal do Parana/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2017 às 18h53.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.

Lula sabia de tudo

Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta sexta-feira, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque apontou o ex-presidente Lula como chefe da organização criminosa investigada pela Lava-Jato. Ele revelou que teve três encontros com Lula, em 2012, 2013 e 2014, quando já havia saído do cargo na estatal, e que “nessas três vezes, ficou claro, muito claro pra mim, que ele [Lula] tinha o pleno conhecimento de tudo e detinha o comando”, afirmou Duque. Em um desses encontros, num hangar do Aeroporto de Congonhas, já durante as investigações da operação, o ex-executivo disse que recebeu do petista ordens para fechar as contas que mantinha no exterior para receber propina de contratos da Petrobras. Segundo Renato Duque, o ex-presidente relatou na conversa que a então presidente Dilma Rousseff havia lhe repassado a informação de que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal, como a multinacional SBM, em contas no exterior. Lula queria saber se Duque estava entre os beneficiários da propina. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar. Lula então fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina.

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Duque falou

O depoimento foi pedido pelo próprio Renato Duque, que depois de quatro oitivas com o juiz Sergio Moro nas quais permaneceu calado, resolveu falar. Principal operador do PT na Petrobras, Duque também afirmou que se reuniu com Lula secretamente para discutir contratos de interesse das empreiteiras do petrolão em pelo menos duas oportunidades. Segundo ele, Lula sabia de tudo que se passava no petrolão. Mas não só. O ex-presidente monitorava pessoalmente o fluxo de pagamentos de contratos que renderiam propinas posteriormente. Lula era tão envolvido que chegava a ter informações antes mesmo do próprio Renato Duque. O ex-ministro Antonio Palocci foi designado por Lula para ser o grande responsável por negociar as propinas em contratos com as empreiteiras. A defesa de Palocci havia pedido que Moro não ouvisse novamente Duque. O Instituto Lula afirmou, em resposta, que “o desespero dos procuradores aumentou” e que o depoimento é uma tentativa de fabricar acusações menos de uma semana antes do próprio Lula depor a Moro.

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Países indecisos

Dez países continuam indecisos sobre a importação de carne brasileira após a operação Carne Fraca. A informação é do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. O ministro ainda afirmou que o que é exportado para esses países representa “um volume muito pequeno” do mercado e que os principais destinos da carne brasileira aceitaram as explicações dadas pelo governo de maneira satisfatória e já voltaram a importar. De acordo com a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), as exportações do país caíram, em abril, 18% em volume e 14% em receita.


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No segundo semestre

O conturbado cenário político em Brasília deve jogar a conclusão da votação da reforma da Previdência no Congresso para o segundo semestre deste ano, admitiram, em conversas com a revista VEJA, lideranças da base aliada e interlocutores do governo. E a estratégia de condicionar a votação do projeto na Câmara à apreciação da trabalhista pelo Senado pode retardar ainda mais o andamento. Os 37 integrantes da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara votarão na próxima terça-feira os 11 destaques que podem modificar o texto principal do projeto apresentado pelo relator Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). O texto-base da emenda à Constituição foi aprovado na última quarta-feira.

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Ex-Funai critica governo

O ex-presidente da Funai, Antonio Fernandes Toninho Costa, disse nesta sexta que foi demitido do cargo por barrar indicações políticas feitas para cargos na instituição. Ele estava há menos de quatro meses no cargo. Costa concedeu entrevista em frente ao prédio da Funai e disse que “não compactua com malfeitos” que o governo estaria fazendo em relação à causa indígena. Ainda não há um nome para o cargo, que entra na cota do PSC, partido ao qual Costa é filiado. Ele é pastor evangélico e possui formação em saúde indígena pela Universidade Federal de São Paulo.

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“Previdência sozinha não resolve”

A reforma da Previdência é importante, mas sozinha não tem força suficiente para garantir a retomada do crescimento econômico de forma sustentada, que virá também com mais atuação de parceiras público-privadas, afirmou à Reuters o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. E esse passo, acrescentou, dependerá de uma certa “continuidade” do que está sendo feito hoje, referindo-se ao próximo governo que sairá das urnas em 2018. “Houve a invenção de que ou se faz a [reforma da] Previdência ou o Brasil acabou”, afirmou Fernando Henrique, que comandou o Brasil de 1995 a 2002 e é um dos fundadores do PSDB.

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Sem filmagem especial

De acordo com a colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo, o Ministério Público Federal se posicionou contra uma gravação mais ampla do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro na próxima quarta. A defesa de Lula havia pedido para que a câmera utilizada não fosse a usual de depoimentos, pois ela prejudicaria a imagem do depoente. O MPF, por sua vez, argumenta que a câmera única teria por objetivo registrar o ato de forma mais fidedigna e não atrapalhar nas interpretações.

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