Desafio de Dilma é conciliar macroeconomia e planos sociais
Aí está a força do voto que reelegeu a economista na disputa com Aécio Neves
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2014 às 20h44.
São Paulo - A continuidade dos programas sociais que beneficiam quase 50 milhões de pessoas com a retomada do rumo de crescimento será um dos principais desafios da presidente Dilma Rousseff após ter sido reeleita neste domingo.
Os programas sociais, principalmente o Bolsa Família, que foram algumas de suas principais bandeiras de campanha e armas usadas contra a oposição, também foram alvo de críticas dos adversários de Dilma, que se comprometeram a melhorá-los.
A chave, de acordo com os analistas, é sincronizar o andamento da macroeconomia com a continuidade dos programas "Luz para Todos", "Minha Casa, Minha Vida", o conjunto de diferentes tipos bolsas de estudos e ações afirmativas para a educação superior e, principalmente, o "Bolsa Família", que diminuíram a desigualdade entre ricos e pobres no país.
E aí está a força do voto que reelegeu a economista na disputa com Aécio Neves (PSDB).
"Mais do que uma equação, é também um parâmetro de credibilidade do novo presidente, porque a promessa de manter os programas esteve sempre sobre a mesa e é um assunto para ser abordado com muito tato pela equipe econômica e social do novo governo", disse a economista Lúcia Andrade à Agência Efe.
Para Lúcia, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Dilma começará o segundo mandato com um país "que perde cada vez mais a credibilidade no mercado internacional" por causa dos dados econômicos, mas que "ganha reconhecimento com os avanços sociais".
Segundo um estudo divulgado neste mês pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as políticas sociais reduziram o percentual de brasileiros na faixa da pobreza de 24,3% em 2001 para 8,4% em 2012, e na de pobreza extrema de 14% para 3,5% e tiraram o país do "Mapa da Fome" da FAO.
Para garantir a manutenção e ampliação dos programas sociais e aumentar os investimentos, principalmente em infraestrutura, Dilma deverá assentar as bases para a recuperação da economia, tecnicamente em recessão, e controlar a inflação, atualmente no teto da meta estabelecida pelo governo.
Após acumular dois trimestres consecutivos sem crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil enfrenta o que os economistas chamam de recessão técnica, embora a previsão do governo e dos analistas é que o país terminará o ano com baixo crescimento, mas crescimento.
Após crescer 2,7% em 2011, a economia brasileira cresceu 1% em 2012, e em 2013 se recuperou ligeiramente, com 2,3%, mas a projeção dos economistas do mercado para 2014 é de um tímido crescimento de 0,3%.
Quanto à inflação, os analistas projetam que o ano terminará com uma alta dos preços de 6,3%, muito superior ao centro da meta (4,5%) e quase no limite máximo tolerado pelo Banco Central (6,5%).
A inflação em alta fez o Banco Central elevar as taxas de juros para os maiores níveis em quatro anos. O consequente encarecimento do crédito reduziu o consumo familiar, aumentou a desconfiança dos empresários e minguou os investimentos.
Com uma classe média em expansão, mas agora com dificuldades de acesso ao crédito, uma pesquisa da empresa de recolocação profissional Catho sobre os desafios do próximo presidente apontou que 61,1% dos entrevistados pedem uma redução de impostos, e 14,1% menos burocracia para as pequenas e médias empresas. Contudo, 14,1% pedem mais cursos gratuitos de qualificação e 9,2% preferem os concursos públicos.
Em seu segundo mandato, Dilma deverá ampliar também, com mais ações, a oferta de soluções às reivindicações dos grandes protestos do ano passado, quando milhões de brasileiros saíram às ruas para exigir melhores serviços públicos, com ênfase em transporte e saúde.
São Paulo - A continuidade dos programas sociais que beneficiam quase 50 milhões de pessoas com a retomada do rumo de crescimento será um dos principais desafios da presidente Dilma Rousseff após ter sido reeleita neste domingo.
Os programas sociais, principalmente o Bolsa Família, que foram algumas de suas principais bandeiras de campanha e armas usadas contra a oposição, também foram alvo de críticas dos adversários de Dilma, que se comprometeram a melhorá-los.
A chave, de acordo com os analistas, é sincronizar o andamento da macroeconomia com a continuidade dos programas "Luz para Todos", "Minha Casa, Minha Vida", o conjunto de diferentes tipos bolsas de estudos e ações afirmativas para a educação superior e, principalmente, o "Bolsa Família", que diminuíram a desigualdade entre ricos e pobres no país.
E aí está a força do voto que reelegeu a economista na disputa com Aécio Neves (PSDB).
"Mais do que uma equação, é também um parâmetro de credibilidade do novo presidente, porque a promessa de manter os programas esteve sempre sobre a mesa e é um assunto para ser abordado com muito tato pela equipe econômica e social do novo governo", disse a economista Lúcia Andrade à Agência Efe.
Para Lúcia, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Dilma começará o segundo mandato com um país "que perde cada vez mais a credibilidade no mercado internacional" por causa dos dados econômicos, mas que "ganha reconhecimento com os avanços sociais".
Segundo um estudo divulgado neste mês pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as políticas sociais reduziram o percentual de brasileiros na faixa da pobreza de 24,3% em 2001 para 8,4% em 2012, e na de pobreza extrema de 14% para 3,5% e tiraram o país do "Mapa da Fome" da FAO.
Para garantir a manutenção e ampliação dos programas sociais e aumentar os investimentos, principalmente em infraestrutura, Dilma deverá assentar as bases para a recuperação da economia, tecnicamente em recessão, e controlar a inflação, atualmente no teto da meta estabelecida pelo governo.
Após acumular dois trimestres consecutivos sem crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil enfrenta o que os economistas chamam de recessão técnica, embora a previsão do governo e dos analistas é que o país terminará o ano com baixo crescimento, mas crescimento.
Após crescer 2,7% em 2011, a economia brasileira cresceu 1% em 2012, e em 2013 se recuperou ligeiramente, com 2,3%, mas a projeção dos economistas do mercado para 2014 é de um tímido crescimento de 0,3%.
Quanto à inflação, os analistas projetam que o ano terminará com uma alta dos preços de 6,3%, muito superior ao centro da meta (4,5%) e quase no limite máximo tolerado pelo Banco Central (6,5%).
A inflação em alta fez o Banco Central elevar as taxas de juros para os maiores níveis em quatro anos. O consequente encarecimento do crédito reduziu o consumo familiar, aumentou a desconfiança dos empresários e minguou os investimentos.
Com uma classe média em expansão, mas agora com dificuldades de acesso ao crédito, uma pesquisa da empresa de recolocação profissional Catho sobre os desafios do próximo presidente apontou que 61,1% dos entrevistados pedem uma redução de impostos, e 14,1% menos burocracia para as pequenas e médias empresas. Contudo, 14,1% pedem mais cursos gratuitos de qualificação e 9,2% preferem os concursos públicos.
Em seu segundo mandato, Dilma deverá ampliar também, com mais ações, a oferta de soluções às reivindicações dos grandes protestos do ano passado, quando milhões de brasileiros saíram às ruas para exigir melhores serviços públicos, com ênfase em transporte e saúde.