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Escravidão de bolivianos em SP é denunciada em La Paz

Missão de parlamentares denunciou as condições de trabalho de bolivianos no Brasil e questionou as autoridades sobre o combate ao tráfico de pessoas

Imigrantes bolivianos trabalham em ateliê de roupas de Nova Odessa, em São Paulo (Nelson Almeida/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2013 às 22h36.

La Paz - Parlamentares brasileiros denunciaram nesta quinta-feira na Bolívia as condições de escravidão nas quais trabalham dezenas de milhares de bolivianos em oficinas têxteis de São Paulo e pediram informações sobre como o país andino combate as redes de tráfico de pessoas.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Trabalho Escravo, o deputado Claudio Puty (PT-PA), declarou que os bolivianos trabalham em condições "degradantes" e confeccionam peças de roupa por R$ 0,20, mas as mesmas são vendidas nas lojas de grandes marcas por R$ 100.

A missão liderada por Puty e formada também pelos deputados Walter Feldman (PSDB-SP), Amauri Teixeira (PT-BA), Ivan Valente (Psol-SP) e Oziel Oliveira (PDT-BA), e pelo embaixador brasileiro em La Paz, Marcel Biato, se reuniu com a presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Betty Tejada, em La Paz.

Segundo Puty, as autoridades brasileiras endureceram as sanções aos empresários envolvidos na exploração de trabalhadores, mas também querem conhecer as iniciativas parlamentares da Bolívia para investigar e combater o tráfico de pessoas.

"Não queremos escravos. Queremos trabalhadores e que os bolivianos possam viver com dignidade no Brasil, assim como queremos que os brasileiros possam viver em paz aqui", disse.

O deputado destacou que as investigações realizadas em São Paulo descobriram empresários brasileiros, bolivianos e coreanos à frente das oficinas que exploram os bolivianos.


Puty declarou que essas oficinas empregam bolivianas que não conhecem seus direitos, nem os acordos migratórios com o Brasil e são enganadas para trabalhar até 16 horas diárias durante seis dias por semana.

O deputado sustentou que não se trata de um problema de pequenas empresas porque também descobriram que marcas conhecidas, como a Zara, estavam comprado peças de roupas dessas oficinas.

Em São Paulo vivem 200 mil bolivianos, dos quais cerca de 50 mil trabalham em oficinas clandestinas, em casas que não têm registro e "que são exploradas por grandes marcas".

Betty Tejada, do partido do presidente Evo Morales, afirmou que entre hoje e amanhã ambos países analisarão e criarão políticas conjuntas para garantir o respeito dos direitos fundamentais dos bolivianos que trabalham no Brasil.

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La Paz - Parlamentares brasileiros denunciaram nesta quinta-feira na Bolívia as condições de escravidão nas quais trabalham dezenas de milhares de bolivianos em oficinas têxteis de São Paulo e pediram informações sobre como o país andino combate as redes de tráfico de pessoas.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Trabalho Escravo, o deputado Claudio Puty (PT-PA), declarou que os bolivianos trabalham em condições "degradantes" e confeccionam peças de roupa por R$ 0,20, mas as mesmas são vendidas nas lojas de grandes marcas por R$ 100.

A missão liderada por Puty e formada também pelos deputados Walter Feldman (PSDB-SP), Amauri Teixeira (PT-BA), Ivan Valente (Psol-SP) e Oziel Oliveira (PDT-BA), e pelo embaixador brasileiro em La Paz, Marcel Biato, se reuniu com a presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Betty Tejada, em La Paz.

Segundo Puty, as autoridades brasileiras endureceram as sanções aos empresários envolvidos na exploração de trabalhadores, mas também querem conhecer as iniciativas parlamentares da Bolívia para investigar e combater o tráfico de pessoas.

"Não queremos escravos. Queremos trabalhadores e que os bolivianos possam viver com dignidade no Brasil, assim como queremos que os brasileiros possam viver em paz aqui", disse.

O deputado destacou que as investigações realizadas em São Paulo descobriram empresários brasileiros, bolivianos e coreanos à frente das oficinas que exploram os bolivianos.


Puty declarou que essas oficinas empregam bolivianas que não conhecem seus direitos, nem os acordos migratórios com o Brasil e são enganadas para trabalhar até 16 horas diárias durante seis dias por semana.

O deputado sustentou que não se trata de um problema de pequenas empresas porque também descobriram que marcas conhecidas, como a Zara, estavam comprado peças de roupas dessas oficinas.

Em São Paulo vivem 200 mil bolivianos, dos quais cerca de 50 mil trabalham em oficinas clandestinas, em casas que não têm registro e "que são exploradas por grandes marcas".

Betty Tejada, do partido do presidente Evo Morales, afirmou que entre hoje e amanhã ambos países analisarão e criarão políticas conjuntas para garantir o respeito dos direitos fundamentais dos bolivianos que trabalham no Brasil.

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