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CPI do HSBC aprova convite para presidente do banco depor

A comissão também aprovou a convocação dos ex-diretores do Metrô de São Paulo e da CPTM


	Logo do banco HSBC: a pressão da oposição levou a comissão a transformar o requerimento em convite
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Logo do banco HSBC: a pressão da oposição levou a comissão a transformar o requerimento em convite (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2015 às 12h57.

Brasília - A CPI do HSBC, que investiga irregularidades em contas de brasileiros na sede do banco na Suíça, aprovou nesta quinta-feira, 9. um convite para o presidente da instituição no Brasil, Guilherme Brandão, prestar esclarecimentos sobre o escândalo chamado de Swissleaks.

Brandão era alvo de uma convocação, o que tornaria o depoimento dele obrigatório, mas a pressão da oposição levou a comissão a transformar o requerimento em convite - o que permite ao executivo indicar um representante para depor no seu lugar.

Antes de ser voto vencido, o relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), defendeu a convocação de Brandão ou a vinda de um diretor ou outro presidente do HSBC fora do país.

"Ele pode possibilitar a vinda de um representante do HSBC em nível internacional de diretoria ou presidência", disse o relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES). "Se ele (Brandão) não trouxer (representante de peso), nós vamos convocá-lo", defendeu.

Mas o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que a participação do presidente do HSBC Brasil não era preciso e a CPI deveria "evitar a exposição desnecessária para alguém que não deve ter sequer conhecimento do que aconteceu lá fora".

O senador tucano argumentou que o banco não é o alvo da investigação. "Tenho preocupação com o nível de exposição que pode trazer para uma instituição de nível global e para algo muito sensível que é o mercado financeiro", disse.

"Acredito que o objeto não é investigar o banco, aqui se buscar encontrar evasão fiscal, sonegação fisal, dinheiro de corrupção, do narcotráfico", afirmou.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AC) rebateu a justificava de Cunha Lima, afirmando que o HSBC prospectou clientes no Brasil. "A informação que chega nesta comissão é de que o banco, para captar cliente no Brasil, utilizou de subterfúgios oferecendo vantagens e nós temos de entender esse sistema", considerou.

O senador Blairo Maggi (PR-MT) também se posicionou contrário à participação de Brandão na CPI, sustentando que o presidente do HSBC Brasil deveria "não ter conhecimento, apenas notícias" sobre o Swissleaks.

"O banco não está em questão e senhor Guilherme representa o banco. Acho temerário fazer a convocação do HSBC do Brasil. As questões não são aqui do Brasil, o nome é o mesmo mas é outra administração, outro presidente (o do banco de Genebra)", disse.

O parlamentar do PSOL rejeitou os argumentos, mas sugeriu que a convocação fosse transformada para em convite para Brandão "informar o procedimento do banco" para prospectar clientes no Brasil.

"Essa CPI tem um papel importante de entender o sistema financeiro internacional e como esses paraísos iscais funcionam e parasitam de riquezas acumuladas em outros países de forma ilegal", considerou.

A CPI do HSBC também aprovou a convocação dos ex-diretores do Metrô de São Paulo, Paulo Celso Mano Moreira da Silva, e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Ademir Venâncio de Araújo. Eles aparecem como proprietários de contas no banco suíço.

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