Contra Bolsonaro, PT leva depoimento de militante torturada por Ustra à TV
No vídeo, o partido apresenta o Capitão que chefiou o DOI-Codi paulista como "o torturador mais sanguinário do Brasil” e “maior ídolo de Bolsonaro”
Clara Cerioni
Publicado em 17 de outubro de 2018 às 11h24.
Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 11h33.
São Paulo— Na noite desta terça-feira (16), o PT levou à TV, em sua propaganda eleitoral, o depoimento de Amelinha Teles, militante que foi torturada pelo Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante o regime militar no Brasil.
No programa, o partido caracterizao militar como "o torturador mais sanguinário do Brasil” e “maior ídolo de Bolsonaro ”.
Em 2016, o Coronel foi homenageado pelo candidato à Presidência pelo PSL durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff. Na ocasião, o então deputado dedicou seu votofavorável ao afastamento da presidente “em memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra”.
No vídeo, Maria Amélia Teles, ou Amelinha, como é conhecida, conta sobre as sessões de tortura que enfrentou durante sua prisão no DOI-Codi de São Paulo, onde Ustra foi chefe entre 1970 e 1974.
"O momento de maior dor foi quando o Ustra levou meus dois filhos na sala de tortura onde eu estava nua, vomitada, urinada", relata a vítima, queà época militava clandestinamente no PCdoB.
Em meio a seu depoimento, o vídeo acrescenta cenas do filme "Batismo de Sangue", estrelado por Caio Blat e inspirado no livro homônimo de Frei Betto. O longa conta a história de cinco frades dominicanos que se engajaram na guerrilha contra a ditadura e foram capturados e torturados.
A peça traz ainda trechos de uma entrevista de Bolsonaro, em 1999, em que o candidato fez apologia à tortura. "Eu sou favorável à tortura, você sabe disso".
O programa também destaca os recentes casos de agressões atribuídos a apoiadores de Bolsonaro. “Seguidores de Bolsonaro espalham o terror pelo Brasil, perseguem, agridem e até matam”, diz o locutor.
Depois aparece a notícia da morte do mestre de capoeira Moa do Katendê, assassinado na semana passada em Salvador, supostamente por um seguidor do candidato.
Veja na íntegra: