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A PGR denunciou nesta segunda a cúpula do PTB em operação que investiga esquema na concessão de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho

Cristiane Brasil (PTB-RJ): a deputada federal e seu pai, o ex-deputado Roberto Jefferson, estão entre os denunciados pela PGR nesta segunda-feira
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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 06h56.

Última atualização em 28 de agosto de 2018 às 07h14.

Nem Deus, nem Satanás

O candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes , disse nesta segunda-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, que Lula “não é um Deus nem um Satanás” como setores diferentes da sociedade o caracterizam. O candidato foi questionado sobre temas como corrupção, segurança pública, governabilidade, endividamento e diferenças com sua vice, Kátia Abreu. A conversa foi com os apresentadores Willian Bonner e Renata Vasconcellos e durou pouco mais de 27 minutos. O momento mais tenso foi quando o candidato foi questionado sobre seu compromisso com Carlos Lupi, presidente do seu partido, mesmo ele sendo réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Distrito Federal. Ciro negou que ele seja réu e reafirmou que Lupi “tem a minha confiança cega”.

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Haddad é acusado de enriquecimento ilícito

O Ministério Público de São Paulo moveu nesta segunda-feira ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), acusando-o de enriquecimento ilícito, revela o jornal O Estado de S. Paulo. O Ministério Público sustenta que Haddad “tinha pleno domínio” sobre o pagamento, pela UTC Engenharia, de uma dívida de 2,6 milhões de reais da campanha de 2012 à Prefeitura com recursos de caixa 2. O promotor Wilson Tafner, da Promotoria do Patrimônio Público, requer o bloqueio de bens no valor de 15,1 milhões de reais, o ressarcimento do dano causado, multa civil e a suspensão dos direitos políticos de Haddad.

PGR denuncia PTB

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta segunda-feira a cúpula do PTB na Operação Registro Espúrio, que investiga um esquema de corrupção na concessão de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho. Foram denunciados, entre outros, o presidente nacional do partido, o ex-deputado Roberto Jefferson, o ex-ministro Helton Yomura e os deputados federais Cristiane Brasil (PTB-RJ), Jovair Arantes (PTB-GO), Nelson Marquezelli (PTB-SP), Paulinho da Força (SD-SP) e Wilson Filho (PTB-PB), o ex-deputado Ademir Camilo (MDB-MG) e os assessores Norberto Paulo de Oliveira Martins, Marcelo de Lima Cavalcanti e Paulo Roberto Ferrari. Parlamentares e assessores formavam, segundo a PGR, o “núcleo político e sindical” do esquema. Além deles, a procuradora-geral também denunciou treze servidores do Ministério do Trabalho e mais dois lobistas, Verusca Peixoto e Silvio Assis. As acusações foram baseadas em organização criminosa, mas a procuradora-geral, Raquel Dodge, pediu novos inquéritos para que também sejam investigados por corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Novas previsões

Segundo a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda, economistas do mercado elevaram suas expectativas para a inflação neste ano e no próximo, diante da perspectiva de um dólar mais alto em 2018. Para este ano, a alta do IPCA é calculada no levantamento em 4,17%, enquanto que para 2019 fica em 4,12%, 0,02 ponto percentual a mais do que na semana anterior em ambos os casos. Para 2018, o centro da meta oficial é de 4,50%, para o próximo ano é de 4,25%, com margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais ou menos em ambos os casos. Em agosto, a alta do IPCA-15 desacelerou a 0,13%, ante 0,64% em julho, menor nível para o mês em oito anos, levando o avanço em 12 meses para 4,30%. Para o dólar, a previsão para a cotação é de 3,75 reais no final de 2018, de 3,70 reais antes, depois de a moeda ter terminado a semana passada no patamar de 4,10 reais. Já em relação ao crescimento do PIB para 2018, houve ajuste para baixo a 1,47%, de 1,49%.

Interditada

A Petrobras disse nesta segunda que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) interditou parcialmente a refinaria de Paulínia (Replan) e que está providenciando documentos e informações necessárias para a “retomada segura” da operação nas unidades não impactadas por um incêndio ocorrido há uma semana, segundo comunicado. A medida cautelar de interdição parcial da Replan foi anunciada ainda na sexta-feira pela ANP. Foram mantidas liberadas as operações de utilidades, tancagem e entrega de produtos. A interdição parcial se deu em virtude do incêndio ocorrido no dia 20 de agosto, que teve como origem uma explosão no tanque de uma das unidades de águas ácidas associada à unidade de craqueamento catalítico, impactando também uma das unidades de destilação atmosférica da refinaria.

Olho nos influenciadores

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, as procuradorias eleitorais de Minas Gerais e do Piauí abriram procedimentos para analisar se houve irregularidades envolvendo o pagamento de influenciadores em redes sociais para fazer campanha para candidatos petistas — prática proibida pela legislação eleitoral. O procedimento é o primeiro passo para a abertura de uma investigação formal. A ação foi denunciada pela influenciadora digital Paula Holanda. Em seu Twitter, ela disse que foi procurada por uma representante de uma agência de marketing digital, a Lajoy, para fazer postagens “de militância política para a esquerda” em troca de pagamento. Conforme relatou em seu Twitter, que agora está fechado, Holanda fez postagens favoráveis à senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e ao candidato petista ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, mas começou a desconfiar que a ação era voltada para a propaganda de candidatos específicos — e não pautas de esquerda genéricas — quando recebeu como terceira tarefas postagens em favor do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), candidato à reeleição. A partir da denúncia de Holanda, postagens de outros influenciadores digitais foram expostas nas redes — vários deles com comentários elogiosos a Dias.

O que diz Gleisi

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) afirmou a jornalistas em Curitiba (PR) que o partido está averiguando as acusações. “O PT nunca adotou este tipo de prática, nossas relações com as redes sempre foram de respeito e militância”, afirmou. “Nunca pagamos ninguém para falar em rede, muito pelo contrário. Estamos averiguando o que é isso, para esclarecer essa situação.” A prática é vedada pela legislação eleitoral, que só permite o pagamento por postagens impulsionadas, com devida identificação do partido e do candidato que contratou o serviço. Segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos políticos, coligações e candidatos e seus representantes”.

Convictos

Nova pesquisa eleitoral do instituto FSB Pesquisa, r ealizada a pedido do banco BTG Pactual, mostrou que os eleitores da candidatura do PT e do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) são os mais decididos em relação ao voto que pretendem concretizar no próximo dia 7 de outubro, data do primeiro turno das eleições. Seja o ex-prefeito Fernando Haddad ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o candidato petista, 80% dos que declaram voto nos dois dizem que essa posição “é definitiva”. No caso do capitão da reserva, esse índice é de 73%. Os números são muito superiores aos dos demais adversários com chances de avançar ao segundo turno das eleições e só se assemelham aos que estão decididos a anular, que são 74% no levantamento. Até o momento, menos da metade dos eleitores de Geraldo Alckmin (PSDB; 47%), Marina Silva (Rede; 44%) e Ciro Gomes (PDT; 42%) está convicta da posição que adota neste momento. A situação se repete nos casos de Henrique Meirelles (MDB; 42%), Guilherme Boulos (PSOL; 31%) e Alvaro Dias (Podemos; 31%). Acima destes e abaixo dos líderes aparece o empresário João Amoêdo, candidato do Partido Novo. Dos eleitores de Amoêdo, 60% dizem que essa posição é a final para o pleito deste ano.

Trump e México

O presidente dos Estados unidos, Donald Trump, anunciou a permanência de seu país no Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), nesta segunda. Um acordo preliminar entre o governo americano e o do México, que teve início na semana passada, simboliza a aproximação do fim das negociações do acordo, que tenta ser renovado desde 2006. “É um grande dia para o comércio”, afirmou Trump, que ameaçou deixar o acordo, no ano passado, caso não fosse benéfico para a economia americana. “Realmente é um acordo muito bom para nossos dois países”, acrescentou. Segundo o presidente, o novo pacto ficará conhecido como Acordo de Comércio Estados Unidos-México. O acordo preliminar, contudo, ainda não substitui totalmente o Nafta, já que exclui o Canadá das decisões. O país não participou desta primeira fase das negociações e optou por se unir a elas assim que os Estados Unidos e o México acertarem suas diferenças. Trump afirmou que os Estados Unidos poderão negociar um acordo comercial em separado com o Canadá. O Nafta está em vigor desde 1994 entre México, Canadá e Estados Unidos e engloba mais de 1,2 trilhão de dólares.

Complô criminoso?

A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos de manter um “jogo duplo e maquinar um complô criminoso contra o país”, após serem reveladas manobras de voo supostamente destinadas a se infiltrar em Pyongyang se as negociações falharem. O jornal norte-coreano Rodong Sinmun publicou a informação de que unidades especiais dos EUA destacadas no Japão realizaram manobras de voo para “infiltração em Pyongyang em caso de uma mudança de direção”. O texto, repercutido pela agência estatal de notícias KCNA, assegura que antes desses exercícios o submarino nuclear USS Michigan transportou várias unidades especiais de Okinawa (sudoeste de Japão) até a base naval sul-coreana de Jinhae (a 410 quilômetros a sudeste de Seul) no final de julho ou começo de agosto. O Rodong Sinmun considerou tais movimentos como “extremamente provocativos e perigosos e de quererem arruinar a atmosfera de paz na península coreana e o diálogo entre Pyongyang-Washington, assim como evitar a implementação da declaração assinada pelos líderes dos dois países na sua reunião de 12 de junho em Singapura”.

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