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Cemitério lembra os 20 anos da chacina de Vigário Geral

Caixão e 21 cruzes na praia do Leme foram usadas para lembrar cada uma das vítimas do massacre de 20 anos atrás

Ato simbólico em memória dos 20 anos da Chacina de Vigário Geral na praia do Leme. Cada cruz enterrada na areia representa uma das 21 pessoas assassinadas em 1993 (Fernando Frazão/ABr)
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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 22h34.

Rio de Janeiro - A ONG Rio da Paz instalou nesta quinta-feira um "cemitério simbólico" na praia de Copacabana para lembrar os 20 anos da chacina de Vigário Geral, que matou 21 pessoas.

Um caixão e 21 cruzes enterradas nas areias da praia do Leme foram usadas para lembrar cada uma das vítimas do massacre que ainda segue impune, denunciou hoje a Anistia Internacional.

O "cemitério simbólico" montado pela ONG e uma vigília realizada pelos moradores de Vigário Geral no local dos crimes foram os principais atos desta quinta para lembrar as duas décadas do crime.

O massacre da favela de Vigário Geral aconteceu na madrugada de 29 de agosto de 1993 por um grupo de extermínio formado por cerca 30 policiais, que queriam vingar a morte de quatro colegas assassinados horas antes dentro de seu próprio veículo por supostos traficantes de drogas.

Segundo os sobreviventes, os assassinos chegaram à favela e depois de disparar contra várias pessoas que estavam na praça do bairro, entraram violentamente em várias casas e mataram covardemente os moradores enquanto dormiam.

Os autores do massacre, que não respeitaram mulheres nem crianças, foram em seguida para um bar da comunidade onde mataram outro grupo de pessoas.

O ataque aos moradores de Vigário Geral chocou o país à época por ser um dos mais violentos e covardes crimes cometidos até 2005 quando outro grupo de policiais assassinou 29 pessoas disparando indiscriminadamente em Queimados e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Das 52 pessoas que chegaram a ser denunciadas por diferentes motivos pela participação no massacre de Vigário Geral, somente sete foram condenadas, e delas só uma permanece presa, já que a maioria foi absolvida por falta de provas.

"Ao longo destes 20 anos Anistia Internacional acompanhou o caso de Vigário Geral e denuncia que nem todos os envolvidos nas execuções extrajudiciais foram responsabilizados. Cinco acusados morreram antes do julgamento e dois dos condenados permanecem foragidos", reforça a organização internacional.

De acordo com Anistia Internacional, Vigário Geral representa "vinte anos de impunidade" pela ineficiência do sistema judiciário, como as ameaças sofridas pelas testemunhas e a falta de mecanismos de controle sobre a polícia.

"A Anistia Internacional pede que o Estado brasileiro acabe com a impunidade com investigações imediatas, completas, independentes e imparciais sobre todos os casos de violações dos direitos humanos nos quais estejam envolvidos policiais e forças de segurança", finaliza o comunicado da Anistia.

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Rio de Janeiro - A ONG Rio da Paz instalou nesta quinta-feira um "cemitério simbólico" na praia de Copacabana para lembrar os 20 anos da chacina de Vigário Geral, que matou 21 pessoas.

Um caixão e 21 cruzes enterradas nas areias da praia do Leme foram usadas para lembrar cada uma das vítimas do massacre que ainda segue impune, denunciou hoje a Anistia Internacional.

O "cemitério simbólico" montado pela ONG e uma vigília realizada pelos moradores de Vigário Geral no local dos crimes foram os principais atos desta quinta para lembrar as duas décadas do crime.

O massacre da favela de Vigário Geral aconteceu na madrugada de 29 de agosto de 1993 por um grupo de extermínio formado por cerca 30 policiais, que queriam vingar a morte de quatro colegas assassinados horas antes dentro de seu próprio veículo por supostos traficantes de drogas.

Segundo os sobreviventes, os assassinos chegaram à favela e depois de disparar contra várias pessoas que estavam na praça do bairro, entraram violentamente em várias casas e mataram covardemente os moradores enquanto dormiam.

Os autores do massacre, que não respeitaram mulheres nem crianças, foram em seguida para um bar da comunidade onde mataram outro grupo de pessoas.

O ataque aos moradores de Vigário Geral chocou o país à época por ser um dos mais violentos e covardes crimes cometidos até 2005 quando outro grupo de policiais assassinou 29 pessoas disparando indiscriminadamente em Queimados e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Das 52 pessoas que chegaram a ser denunciadas por diferentes motivos pela participação no massacre de Vigário Geral, somente sete foram condenadas, e delas só uma permanece presa, já que a maioria foi absolvida por falta de provas.

"Ao longo destes 20 anos Anistia Internacional acompanhou o caso de Vigário Geral e denuncia que nem todos os envolvidos nas execuções extrajudiciais foram responsabilizados. Cinco acusados morreram antes do julgamento e dois dos condenados permanecem foragidos", reforça a organização internacional.

De acordo com Anistia Internacional, Vigário Geral representa "vinte anos de impunidade" pela ineficiência do sistema judiciário, como as ameaças sofridas pelas testemunhas e a falta de mecanismos de controle sobre a polícia.

"A Anistia Internacional pede que o Estado brasileiro acabe com a impunidade com investigações imediatas, completas, independentes e imparciais sobre todos os casos de violações dos direitos humanos nos quais estejam envolvidos policiais e forças de segurança", finaliza o comunicado da Anistia.

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