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Canais do PT no WhatsApp são bloqueados por disparos em massa

Partido diz que as contas são restritas a pessoas cadastradas para divulgar informações institucionais, e que não foi informado sobre os motivos do bloqueio

Gleisi Hoffmann: entre as contas bloqueadas estão um canal administrado pelo gabinete da presidente do PT (Patricia Monteiro/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de julho de 2020 às 17h43.

Última atualização em 9 de julho de 2020 às 19h13.

Dez canais administrados pelo Partido dos Trabalhadores ( PT ) no aplicativo WhatsApp estão bloqueados há duas semanas. Segundo a empresa, os bloqueios ocorreram após envio de "mensagens em massa ou automatizadas", que violam os termos de serviço. O partido diz que as contas desativadas são restritas a pessoas cadastradas para divulgar informações institucionais, e que não foi informado sobre os motivos do bloqueio.

Entre as contas bloqueadas estão um canal administrado pelo gabinete da presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o principal grupo de divulgação de notícias do partido no aplicativo, o "Zap do PT".

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O partido estuda tomar medidas judiciais cabíveis para reverter a decisão e, além disso, anunciou a migração do canal para o aplicativo Telegram. Em nota o PT disse que não divulga desinformação em seus canais e nem faz disparos em massa.

Gleisi gravou um vídeo nas redes sociais em que diz ter seguido tanto as regras do WhatsApp quanto da Câmara dos Deputados ao contratar o serviço que faz os disparos de mensagens em seu grupo. Ela diz que o canal servia para divulgar ações de seu mandato de deputada e informações de interesse do partido.

"Essas pessoas estão cadastradas por livre e espontânea vontade. Os números não são aleatórios, são números de apoiadores, seguidores, meus eleitores", disse a deputada no vídeo. "Para realizar esse trabalho, eu contratei um serviço que segue as regras do WhatsApp, exatamente as recomendações, e fiz isso através do meu mandato, o que é autorizado pela Mesa Diretora da Câmara."

Segundo o partido, uma notificação sobre o bloqueio foi feita por e-mail e informou que a desativação ocorreu após "reclamações". No vídeo, Gleisi diz que a suspeita é que oponentes políticos tenham se infiltrado e feito reclamações em massa para provocar os bloqueios.

O PT diz que o lançamento do canal foi divulgado publicamente, inclusive por meio de outros canais oficiais de WhatsApp. "Só recebe mensagens quem se cadastrou voluntariamente para ter informações oficiais do partido e de seus dirigentes", diz o partido.

"O bloqueio das contas desde 25 de junho foi feito sem informar qual seria o motivo. Mesmo tendo solicitado informações diretamente aos administradores do aplicativo, não recebemos nenhuma resposta. O PT não tem nada a esconder e aguarda o restabelecimento das contas do Whatsapp."

Em nota, o WhatsApp disse que os produtos "não foram projetados para enviar mensagens em massa ou automatizadas, que violam nossos termos de serviço", e que essas atividades são identificadas automaticamente. Segundo a empresa, mais de 2 milhões de contas são banidas por mês em todo mundo por desrespeitar essas regras.

"Estamos comprometidos em reforçar a natureza privada do serviço e manter os usuários protegidos contra abusos", diz o WhatsApp. "Continuaremos a banir contas usadas para enviar mensagens em massa ou automatizadas e avaliaremos mais profundamente as nossas opções legais contra empresas que oferecem esses serviços como fizemos no passado no Brasil."

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