Bolsonaro faz último exame pré-ONU: “vou ser cobrado”
Presidente retornou ao trabalho ainda esta semana e aguarda liberação da equipe médica que o operou para viajar a Nova York no próximo domingo
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2019 às 06h06.
Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 10h17.
São Paulo — Três dias após reassumir a presidência de onde se afastou para uma nova cirurgia, o presidente Jair Bolsonaro deve se encontrar novamente com sua equipe médica nesta sexta-feira 20.
Bolsonaro aguarda liberação clínica para poder viajar a Nova York, onde deve discursar na abertura da assembleia geral da ONU e, se tudo ocorrer como ele espera, reverter a má impressão que seus seis minutos de fala deixaram em Davos, na Suíça, no que até aqui foi o principal discurso de seu mandato.
Na última quarta-feira, o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que o presidente irá a Nova York, mas que, por orientação médica, foi cancelada a parada que faria em Dallas, no Texas, dia 25. Esta será a nova data da retorno ao Brasil .
Bolsonaro está se recuperando de uma cirurgia feita no último dia 8 para correção de uma hérnia incisional. Mesmo otimista, o porta-voz da presidência informou que avaliação médica agendada para essa sexta-feira será decisiva para confirmar a viagem.
Caso o roteiro se confirme, alguns desafios circundarão o presidente, e as recentes queimadas na Amazônia que ganharam os noticiários de todo o mundo voltarão à tona. Antes da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde é esperada a fala de Bolsonaro, a ONU promoverá a Cúpula do Clima. O Brasil ficou de fora.
O cronograma final ainda não foi divulgado, mas até agora o País não foi incluído entre os oradores. A intenção do evento é abrir espaço para nações que demonstrem atitude inspiradora sobre o combate à crise ambiental.
Bolsonaro vai tentar reverter o desastre de seu discurso no fórum de Davos, na Suíça, no mês de janeiro. Na ocasião, utilizou apenas seis dos 45 minutos que tinha disponível para falar (e vender o Brasil) a uma plateia que reunia os maiores e mais influentes líderes globais.
Durante o curto período que ficou no palco, Bolsonaro citou Sergio Moro, falou em combate à corrupção, em reformas, abertura comercial e disse que trabalharia para aliar preservação ambiental a desenvolvimento. Mas não entrou em detalhes.
Em transmissão realizada na noite de ontem nas redes sociais, Bolsonaro antecipou o tom do discurso. “Tá na cara que eu vou ser cobrado, porque alguns países me atacam, de uma maneira bastante virulenta, dizem que eu sou o responsável pelas queimadas aí pelo Brasil. Nós sabemos, pelos dados oficiais, que queimada tem todo o ano, infelizmente”, disse.