Bolsonaro diz que carne só é servida 2 vezes por semana no Alvorada
Presidente afirma que, apesar da reclamação da população, não vai tabelar o preço da carne, porque é a favor do livre mercado
Agência O Globo
Publicado em 27 de dezembro de 2019 às 07h15.
Última atualização em 27 de dezembro de 2019 às 09h53.
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro disse, em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (26), que determinou a redução do consumo de carne no Palácio do Alvorada. Por ele, a proteína seria servida apenas uma vez por semana, e nos demais dias entraria no cardápio "peixe, galinha e ovo".
Mas ele contou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o convenceu a permitir a proteína pelo menos em dois dias.
"(Dizem:) 'Ah o presidente tem mordomia, tem carne de graça'. Tenho carne de graça, não tenho dúvida disso, sem problema nenhum. Mas determinei aqui no Alvorada, na semana passada, carne uma vez por semana. Logicamente que a minha esposa mandou passar para duas", disse.
Em dezembro, o preço da carne subiu 17,7%, segundo dados do IPCA-15, considerado a prévia da inflação , divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira. O preço da proteína puxou o índice para 1,04% no mês, na comparação com novembro deste ano, gerando a maior inflação para dezembro dos últimos quatro anos. Também é a maior para um mês desde junho de 2018.
Bolsonaro afirmou que apesar da reclamação da população não vai tabelar o preço da carne, porque é a favor do livre mercado.
"É acomodação. Tivemos lá atrás crise de outros alimentos, do tomate, do feijão, devagar o mercado vai se acertando. O pessoal dizendo que o preço do boi subiu porque o dólar estava R$ 4,26, agora tá R$ 4. Outros países estão comprando? Estão, estão fazendo negócio. A questão do pecuarista é isso, passaram 9 anos no zero a zero, perdendo conseguiram dar uma recuperada agora", justificou.