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Bolsonaro diz que ainda vai realizar sonho de nomear Ramagem para a PF

Em discurso, presidente citou decisão do STF de impedir a posse de Ramagem por ver indícios de que o presidente poderia interferir politicamente na PF

Alexandre Ramagem: delegado foi impedido pelo Supremo de assumir o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (Marcos Oliveira/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 29 de abril de 2020 às 16h50.

O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta terça-feira a decisão liminar tomada mais cedo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que barrou a posse do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal, e ressaltou a independência entre os Poderes.

Em discurso na cerimônia de posse dos novos titulares da Justiça e da Advocacia-Geral da União, no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que Ramagem foi impedido de tomar posse por uma decisão monocrática de um ministro do Supremo, sem citar nominalmente Moraes.

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Na liminar, Moraes alegou que haveria indícios de que, com a posse de Ramagem, Bolsonaro poderia interferir politicamente na PF, e citou as relações próximas entre o indicado para comando a Polícia Federal e a família do presidente.

Quando Moro pediu demissão, na semana passada, acusou o presidente de desejar trocar o comando da PF para interferir em investigações.

Bolsonaro exaltou as qualidades de Ramagem. "É uma pessoa que eu conheci no primeiro dia após o fim do segundo turno, que foi escolhido pela Polícia Federal, pelo governo anterior, como homem de elite, homem honrado, homem com vasto conhecimento, um homem à altura de representar e de ser o chefe da segurança do chefe da Presidência da República", disse.

"Creio ser essa uma missão honrada ao senhor Ramagem. Eu gostaria de honrá-lo no dia de hoje dando-lhe posse como diretor-geral da Polícia Federal", completou.

O presidente sinalizou que ainda vai buscar indicar Ramagem para o comando da PF, embora tenha oficialmente desistido da nomeação dele.

Após a derrota no STF, o governo tornou sem efeito a escolha do delegado para o comando da PF e determinou que ele voltasse a ser diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

"Eu tenho certeza de que esse sonho meu, mais dele, brevemente se concretizará para o bem da nossa Polícia Federal e do nosso Brasil", afirmou o presidente, bastante aplaudido.

Bolsonaro afirmou que respeita o Judiciário e suas decisões, mas destacou que acima de tudo respeita a "nossa Constituição". Ele defendeu que os três Poderes têm de atuar de forma harmônica, independente e respeito entre si.

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