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Bolsonaro citou Ricardo Barros como envolvido no caso Covaxin, diz Miranda

Líder do governo na Câmara teria sido apontado pelo próprio presidente, em conversa com Luis Miranda e o irmão, Luis Ricardo, sobre as irregularidades na compra da vacina indiana

Deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Alessandra Azevedo

Publicado em 25 de junho de 2021 às 22h34.

Última atualização em 25 de junho de 2021 às 22h48.

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse à CPI da Covid, na noite desta sexta-feira, 25, que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), estaria envolvido nas negociações pela compra da vacina indiana Covaxin.

Miranda disse que, quando ele e o irmão, Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, conversaram com o presidente Jair Bolsonaro, em 20 de março, para contar sobre as irregularidades nas negociações pelo imunizante, o chefe do Executivo teria dito que isso era "coisa" de um parlamentar governista.

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“O presidente entendeu a gravidade. Olhando os meus olhos, ele falou: 'Isso é grave'. Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome pra mim, dizendo: 'isso é coisa de fulano'. Não me recordo”, disse Miranda, no início da sessão. Durante as primeiras horas de depoimento, ele não quis revelar o nome do congressista que Bolsonaro havia citado.

Primeiro, dizia que não lembrava. Depois, que sofreria represálias. Pouco antes das 22h, perguntado novamente sobre o assunto, pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), ele confirmou o nome de Ricardo Barros e disse que seria perseguido por ter revelado a informação. “A senhora também sabe que foi o Ricardo Barros que o presidente falou”, afirmou.

Miranda chorou ao dizer que sofreria represálias por ter dito que Barros foi apontado pelo próprio presidente como envolvido nas irregularidades. “Eu não me sinto pressionado para falar. Eu queria ter dito [o nome] desde o primeiro momento, mas vocês não sabem o que eu vou passar”, afirmou.

“Apontar um presidente da República que todo mundo defende como uma pessoa correta, honesta, que sabe que tem algo errado, sabe o nome, sabe quem é, e não faz nada, com medo da pressão”, continuou Miranda.“Que presidente é esse que tem medo de pressão de quem está fazendo errado, de quem desvia dinheiro público?", questionou, chorando.

No Twitter, Barros negou as acusações. “Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. Não sou esse parlamentar citado, a investigação provará isso”, disse o deputado. “Estou a disposição para quaisquer esclarecimentos”, completou.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que pedirá à Polícia Federal proteção para Luis Miranda e o irmão, Luis Ricardo. Ricardo Barros pode ser convocado a depor à CPI da Covid. O senador Alessandro Vieria (Cidadania-ES), afirmou que apresentará um pedido para que o deputado seja ouvido.

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