As campanhas fervem

Na última semana de campanha antes do segundo turno, marcado para domingo em 55 cidades, a corrida esquentou nas duas principais capitais em jogo: Rio de Janeiro e Belo Horizonte. No Rio, onde Marcelo Crivella (PRB) vinha liderando com folga, a última pesquisa Ibope apontou que a diferença para Marcelo Freixo (PSOL), caiu de 34 para 22 pontos. Hoje sai uma nova rodada do Datafolha.

Crivella vem sendo bombardeado por vídeos antigos em que condena a homossexualidade e fala mal de religiões como o catolicismo. No sábado, a revista VEJA revelou uma foto do candidato sendo fichado pela polícia depois de invadir um terreno ocupado. Os documentos da prisão sumiram dos arquivos oficiais há três décadas. No domingo, o jornal O Globo afirma em manchete que Crivella é acusado de caixa dois na Lava-Jato.

Freixo vem tentando cortar a imagem de esquerda radical ao contratar marqueteiros do PMDB e apresentar a economista Eduarda La Rocque, ex-secretária de Eduardo Paes, como seu nome forte na economia. Hoje, Freixo deve apresentar uma carta-compromisso nos mesmos moldes da que Lula apresentou ao país poucos dias antes da eleição de 2002.

Em Belo Horizonte, a disputa está apertada há semanas. Na última pesquisa, Alexandre Kalil (PHS) apareceu com 41 pontos, seis na frente de João Leite (PSDB). Leite era visto como favorito ao cargo e liderava as pesquisas desde o primeiro turno. Polêmica também não falta. Num debate na sexta-feira, Kalil chegou a afirmar que “rouba, mas não pede propina”.

A eleição de Leite é importante para o futuro do senador Aécio Neves. Em 2014, Neves não conseguiu fazer de Pimenta da Veiga o novo governador, e perdeu o estado que o PSDB administrava desde 2003 para o PT. Agora, o risco de não conseguir a prefeitura pode enfraquecê-lo na corrida pela  presidência em 2018. Aécio deixou de lado as visitas que fazia a outras cidades do país e deve passar a semana focado em BH. Não espere gentilezas nos próximos dias.