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Não há desconforto por apoiar Aécio no RS, diz Ana Amélia

Senadora lembrou que o diretório gaúcho lutava pela neutralidade do PP porque queria ter mais liberdade para usar a imagem de Aécio Neves na campanha

Ana Amélia: se eleita, ela diz que irá diminuir número de secretarias e de cargos de confiança (José Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 16h10.

Porto Alegre - A senadora Ana Amélia Lemos, candidata do PP ao governo gaúcho, afirmou que não há nenhum desconforto pelo fato de fazer campanha para o senador Aécio Neves (PSDB) no estado, enquanto o diretório nacional apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

"A política é isso", afirmou em entrevista coletiva antes de participar de evento na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul).

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No fim de junho, a convenção nacional do PP foi encerrada antes do tempo e o apoio ao PT acabou sendo oficializado em votação da executiva do partido, a portas fechadas, liderada pelo presidente da sigla, Ciro Nogueira.

Na época, Ana Amélia e outros líderes do PP que defendiam a neutralidade na eleição presidencial chegaram a entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a decisão, sem sucesso.

Passado um mês do episódio, Ana Amélia deu a entender que a divergência foi superada.

"Na segunda-feira eu almocei com o Ciro Nogueira. A política é isso. O confronto e a divergência que a gente tem não podem ser alimentados por disputas. O partido é um só", disse.

A senadora lembrou que o diretório gaúcho lutava pela neutralidade do PP porque queria ter mais liberdade para usar a imagem de Aécio Neves na campanha.

"Eu tenho a convicção de que o Aécio vai vencer essas eleições, e de que nós (no RS) teremos uma facilidade maior para vencer os desafios que teremos, mesmo reconhecendo que a presidente Dilma faz bastante coisa pelo Rio Grande. Reconheço isso", afirmou.

No próximo sábado, dia 2, Ana Amélia receberá Aécio na capital gaúcha para um comício, à tarde, no ginásio Gigantinho.

O PP vem divulgando o ato como um evento de grandes proporções, com a expectativa de reunir cerca de 10 mil pessoas.

Antes, às 13h30, os dois devem conceder entrevista coletiva.

Questionada sobre o baixo desempenho de Aécio nas pesquisas de intenção de votos no Rio Grande do Sul, Ana Amélia disse que o resultado será revertido rapidamente.

No último levantamento do Ibope, divulgado no dia 21 de julho, o senador aparece com 23% da preferência do eleitorado, contra 41% de Dilma e 6% da Eduardo Campos.

Há quatro anos, nesta mesma época, o tucano José Serra tinha 46% das intenções de voto no RS, ante 37% de Dilma.

"O Serra fez no segundo turno aqui em 2010 mais votos do que a candidata (petista) à presidente da República, e nós faremos isso também com o Aécio", disse.

Finanças

Na coletiva, Ana Amélia voltou a criticar a gestão das finanças públicas no mandato do atual governador e seu adversário nas urnas, Tarso Genro (PT).

Segundo ela, nos últimos anos a receita do Estado aumentou 6%, enquanto as despesas subiram 12%. "Como fechar a conta desta forma?", questionou.

Ela afirmou que, se eleita, irá diminuir o número de secretarias e de cargos de confiança. A senadora condenou o que considera uma ineficiência na condução do governo estadual.

"Temos um ambiente burocrático, sem competitividade. Estamos perdendo empresas para outros Estados devido à demora para emitir licenças", indicou.

Também lamentou que o projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União não tenha avançado mais - a proposta que prevê a mudança do indexador foi aprovada na Câmara e esta à espera de votação no Senado, prevista para novembro.

Entre as possíveis soluções para sanar as finanças gaúchas, ela apontou para uma possível articulação política que promova uma espécie de compensação nas contas da União e dos estados.

"Temos créditos oriundos da Lei Kandir que não são repassados, e o governo federal leva 13% do que arrecadamos", revelou.

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