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Aluno da PUC fica meia hora à espera de socorro após tiro

Bruno Pedroso Ribeiro levou um tiro no pescoço após sofrer um assalto próximo do câmpus da universidade em Perdizes, na zona oeste da capital paulista

Segundo a polícia, Bruno Pedroso Ribeiro, que cursa Relações Internacionais, foi atingido após entregar o celular ao bandido (Warren Little/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2013 às 11h58.

São Paulo - O estudante de 23 anos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) que levou um tiro no pescoço após sofrer um assalto próximo do câmpus da universidade em Perdizes, na zona oeste da capital paulista, na noite desta terça-feira, 14, esperou quase meia hora para ser socorrido.

Segundo a TV Globo, os policiais não resgataram o rapaz, seguindo a polêmica norma que os impede de fazer o primeiro atendimento e que havia sido suspensa na terça pela Justiça. Nesta quarta-feira, uma nova decisão judicial restaurou a validade dessa norma.

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Segundo a polícia, Bruno Pedroso Ribeiro, que cursa Relações Internacionais, foi atingido após entregar o celular ao bandido, na altura do número 292 da Rua João Ramalho.

O criminoso fugiu. Pedestres chamaram a Polícia Militar, que chegou minutos depois. No entanto, ele ficou 29 minutos no chão, esperando o socorro até ser levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital das Clínicas.

Nesta quarta-feira, ele passou por uma cirurgia para a remoção da bala. Seu quadro, segundo a assessoria do hospital, era grave. O estudante mora na região do Cursino, na zona sul, e ia embora para casa quando foi abordado.

Imagens de câmeras de segurança de prédios da rua mostram um suspeito chegando em uma moto. De acordo com o delegado titular do 23.º Distrito Policial (Perdizes), Marco Aurélio Batista, há a suspeita de que mais de uma pessoa tenha participado do assalto, mas nenhuma havia sido identificada até as 18h dessa quarta.


Socorro

Poucas horas antes do crime, o juiz Marcos Pimentel Tamassia, da 4.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, havia suspendido por liminar a resolução que previa que PMs deveriam apenas isolar o local do crime e esperar a chegada de atendimento médico.

Ele havia acatado os argumentos de que a resolução - cujo objetivo oficial era coibir a ação de PMs que adulteram a cena do crime com argumento de que estão socorrendo feridos - estava, na verdade, fazendo com que os policiais deixassem de prestar primeiros socorros.

O governo estadual recorreu da decisão e, nesta quarta, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Ivan Sartori, cassou essa liminar e determinou que a resolução continua válida.

"Essa resolução em nenhum momento impede o socorro imediato, se for o caso", afirmou, ao suspender o efeito da liminar. Segundo ele, a norma estadual determina apenas "que o atendimento médico de emergência deve ser prestado com qualidade, o que não dispensa treinamento específico em primeiros socorros, inclusive a remoção de pacientes".

Violência

Em nota, a PUC declarou que "se solidariza com a família de seu aluno, mais uma vítima da violência urbana da cidade de São Paulo, e torce pela recuperação do estudante". Também informa que "o assalto ao aluno mostra mais uma vez que tem fundamento a preocupação da reitoria com a segurança de seus alunos, professores e funcionários".

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