Aliados pressionam PSDB para tirar Alckmin da disputa presidencial
Dentro e fora do PSDB, a opinião geral é de que Doria não entrará no jogo agora, depois de ter ensaiado uma candidatura no fim do ano passado
Mariana Martucci
Publicado em 15 de junho de 2018 às 10h41.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 10h50.
Sem que o tucano Geraldo Alckmin desponte nas pesquisas de intenção de voto para presidente, potenciais aliados do PSDB pressionam pela substituição do ex-governador de São Paulo, sugerindo ao menos três nomes como alternativa: o ex-prefeito João Doria, o senador Antonio Anastasia, e o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, disseram quatro fontes a par das conversas sob condição de anonimato.
Além da descrença de parceiros históricos, como o DEM, Alckmin enfrenta também resistências de integrantes do PSDB que avaliam, nos bastidores, que sua campanha está morna, especialmente se comparada às movimentações de Jair Bolsonaro, do PSL, e de Ciro Gomes, do PDT. Publicamente, no entanto, não se fala em plano B e dificilmente Alckmin deixará de disputar.
A assessoria de imprensa de Alckmin não comentou a suposta pressão de aliados, mas disse que os rumores de que ele poderia ser substituído são “fake news”.
Dentro e fora do PSDB, a opinião geral é de que Doria não entrará no jogo agora, depois de ter ensaiado uma candidatura no fim do ano passado. Já Anastasia e Perillo, vistos como políticos com potencial, não têm pesquisas que referendem um crescimento potencial maior do que o de Alckmin. Com isso, apesar do desempenho médio até o momento, o ex-governador parece ser a opção mais forte do PSDB ao Palácio do Planalto.
Nesta quarta-feira, o candidato tucano jantou com o presidente do DEM, Rodrigo Maia e, na quinta, teve reuniões em Brasília, onde convidou o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, para coordenar os contatos políticos de sua campanha a presidente.
"À medida que Alckmin escala pessoas experientes, vai tranquilizando aliados", disse Perillo a repórteres em Brasília. “Nossa meta é fortalecer o centro democrático".
Segundo Perillo, sua missão como coordenador é falar com dirigentes partidários e lideranças regionais. Disse que conversas de apoio ao tucano estão “muito avançadas” com PTB, PSD, PV e PPS. Separadamente, logo após anunciar Perillo coordenador, Alckmin citou o Pros, dizendo que teve uma “boa” conversa com o partido.
Quando questionados, tucanos tergiversam sobre os problemas que a candidatura enfrenta.
"A candidatura do Geraldo está edificada e crescerá com o tempo ao aglutinar apoios”, disse à Bloomberg o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). “Temos horário, temos estrutura, o partido é organizado. O PSDB é um porto seguro para os outros”, disse.
O apoio do DEM é o grande objetivo dos tucanos e foi tema do jantar de quarta-feira entre Maia e Alckmin. "São nossos parceiros históricos. Geraldo e Rodrigo têm grande afinidade", afirmou.