Água do rio Tietê muda de cor e 40 toneladas de peixes morrem
Causa da mudança de cor e mortandade de peixes ainda não foi determinada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de abril de 2019 às 18h16.
Última atualização em 11 de abril de 2019 às 18h18.
Sorocaba — Ao menos 40 toneladas de peixes criados em viveiros no rio Tietê morreram, nesta quinta-feira, 11, em Sales, na região noroeste do Estado de São Paulo. O piscicultor Walter Ciceri, dono do criadouro, estimou o prejuízo em R$ 1 milhão. Segundo ele, a mortandade começou depois que ele percebeu uma mudança na coloração da água. As tilápias eram criadas em 100 viveiros dispostos ao longo do braço do Tietê conhecido como Barra Mansa.
O produtor contou que a cor da água começou a mudar na quarta-feira, 10, adquirindo um tom amarronzado. "Teve um momento que a água ficou quase preta. Quando vi que os primeiros peixes estavam morrendo, eu medi o oxigênio na água e o teor estava perto de zero", disse. Segundo ele, a mortandade atingiu praticamente toda sua criação. Ciceri cria tilápias nesse local desde 2012."É a primeira vez que isso acontece, mas ainda não sei como vai ficar, pois não dá para continuar tendo prejuízo", disse. A prefeitura de Sales cedeu tratores e caminhões para a remoção dos peixes mortos. A carga seria enterrada em valas no sítio do produtor.
O secretário de Educação de Sales, Donizeti Edissel de Oliveira, respondendo interinamente pela pasta do Turismo, disse que a qualidade das águas do Rio Tietê, que formam belas praias no município, tem sido afetada pela poluição. "Quando a poluição aumenta, as algas morrem e se decompõem, consumindo o oxigênio da água. O problema afeta o turismo, pois há dias em que, dependendo da direção do vento, a água fica verde. Agora está prejudicando também a piscicultura, importante atividade econômica do município."
Em outras cidades da região, como Adolfo, Mendonça, Buritama e Santo Antônio do Aracanguá, também foram registradas mortes de peixes, mas em menor quantidade. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que seus técnicos se deslocaram para a região para fazer a coleta de amostras da água em cinco pontos do rio. A partir das análises, será possível determinar a causa da mortandade e adotar as providências necessárias, segundo o órgão.