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A consagração de Índio

Novidade não deve ser o mote das eleições para o Senado Federal, que acontecem hoje, a partir das 16h. O PMDB, partido que comanda a casa desde 1999 – com um pequeno intervalo de dois meses, em 2007 – deve eleger Eunício Oliveira (CE) e completar 20 anos comandando o Congresso Nacional. Desde 1985, na […]

EUNÍCIO OLIVEIRA: presidente do Senado vai pautar o novo projeto de repatriação para ser votado nesta terça-feira / Geraldo Magela/Agência Senado
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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 05h35.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h58.

Novidade não deve ser o mote das eleições para o Senado Federal, que acontecem hoje, a partir das 16h. O PMDB, partido que comanda a casa desde 1999 – com um pequeno intervalo de dois meses, em 2007 – deve eleger Eunício Oliveira (CE) e completar 20 anos comandando o Congresso Nacional. Desde 1985, na chamada Nova República, o partido só não esteve no cargo por um mandato, entre 1997 e 1999, quando Antônio Carlos Magalhães (PFL) comandou o Senado.

O peemedebista deve enfrentar a concorrência apenas de José Medeiros (PSD-MT), mas é amplamente favorito. Praticamente todas as bancadas declararam apoio a Eunício, inclusive o PSD de Medeiros. Outro peemedebista, Roberto Requião (PR) disse que pode colocar seu nome como candidato em forma de protesto. “Vamos eleger uma mesa refém do STF. Não vão poder contestar nenhuma medida do Supremo porque podem ser retaliados com uma denúncia sendo aceita”, disse Requião. Eunício foi citado em delações da Lava-Jato, com o apelido Índio.

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A eleição para a presidência da casa também demonstra a realocação de poder dentro do Senado. Renan Calheiros, atual presidente, deve ficar como líder do PMDB. O movimento é estratégico para se manter como intermediário entre o governo Temer e o partido. Existe a dúvida de como o PT vai se comportar, já que vive um drama parecido com o que passou até ontem na Câmara. Se decidir apoiar Eunício, formará a chapa com um senador que contribuiu para o impeachment de Dilma Rousseff, classificado pelo partido como golpe. Por outro lado, garantiria a primeira secretaria e a presidência de comissões, importantes para não tornar o partido inerte politicamente.

O racha na bancada rendeu até uma briga interna. Humberto Costa (PE) e Jorge Viana (AC) reclamaram que Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffman (PR) estavam inflando a militância contra o partido. O PSDB, segundo maior partido, deve reconduzir Paulo Bauer (SC) à liderança, e fechar fileiras mais uma vez com o PMDB. No Senado, Michel Temer não deve encontrar problemas até 2018.

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