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15 provas de que 2015 está mais tumultuado que 2014

Você era feliz e não sabia. Falta de água na torneira, crise política e desastres naturais. Faltam motivos para que 2015 já seja visto como um dos mais intensos?

(Pawel Kryj)

Rita Azevedo

Publicado em 3 de agosto de 2015 às 06h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h36.

São Paulo – Falta de água nas torneiras, desastres naturais, prisão de grandes empresários, instabilidade econômica, manifestações contra a presidente Dilma Rousseff .  Foram tantos fatos importantes registrados até agora no país que a sensação de muita gente é de que os sete primeiros meses de 2015 foram mais longos do que um ano inteiro. Navegue pelas fotos e relembre alguns deles. E não adianta reclamar da hora extra: a tendência é que os próximos cinco meses também sejam movimentados com a intensificação das investigações da Operação Lava Jato e o desenrolar da crise política entre o governo Dilma e o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
  • 2. Falta de água nas torneiras

    2 /17(Sabesp/Divulgação)

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    A crise da água começou em 2014, mas até hoje tem prejudicado a vida de muitos brasileiros, principalmente os que habitam estados da região Sudeste e Nordeste. Os especialistas atribuem a situação a uma combinação de baixo nível das chuvas com a negligência dos governos, que ignoraram o risco da água acabar. Além das torneiras secas, a crise também trouxe o medo de um colapso energético. Alguns setores da indústria, inclusive, começaram a se planejar para um eventual racionamento. Em São Paulo, as precipitações dos últimos meses e a mudança de hábitos de parte da população deram uma forcinha aos principais reservatórios do estado. A situação, no entanto, está bem longe do confortável.
  • 3. Panelas e vaias

    3 /17(Reprodução/Youtube/Neguinha&Morê)

  • Um pronunciamento oficial de Dilma Rousseff no dia 08 de março foi alvo de “panelaços” em pelo menos 22 estados e no Distrito Federal.  Nas varandas de bairros nobres de cidades como São Paulo várias pessoas alternaram o bater das panelas com gritos de “Fora Dilma”.  No Facebook, internautas compartilharam vídeos gravados na janela de suas casas.A cena se repetiu em maio, quando o PT veiculou pela TV sua propaganda política.

    Em julho, o protesto foi adaptado e teve como alvo outro político: o presidente da Câmara Eduardo Cunha. Pelas redes sociais, manifestantes organizaram um “barulhaço” que acompanhou o pronunciamento de Cunha em algumas cidades.  Na convocação, os organizadores reagiam contra “a impunidade nos 23 processos em que Eduardo Cunha é réu por corrupção, contra redução da maioridade penal como prioridade no combate a violência, contra o atropelo do regimento Legislativo, contra o financiamento empresarial de campanhas, contra o fundamentalismo religioso, contra o machismo, contra a homofobia e contra a sabotagem da democracia".
  • 4. Epidemia de dengue

    4 /17(Thinkstock)

    O Brasil viveu nos primeiros meses do ano uma das maiores epidemias de dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, foram pouco mais de 1,2 milhão de casos até o início de julho, sendo março o mês mais crítico da epidemia.  A região Sudeste foi a que mais registrou casos da doença – quase 65% do total no país – seguida pelo Nordeste e pelo Centro-Oeste. Até agora, 530 pessoas morreram devido à doença. O número de mortes é 57% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
  • 5. Manifestações contra Dilma

    5 /17(Beatriz Souza/ EXAME.com)

    Em março, cerca de 2,4 milhões de pessoas saíram às ruas em ato contra a presidente Dilma Rousseff e a corrupção. São Paulo foi o estado com o maior público no protesto. Segundo estimativa da Polícia Militar, só na Avenida Paulista 1 milhão de pessoas se reuniram. Os atos foram convocados pelas redes sociais por movimentos contrários ao governo. Entre os manifestantes, havia quem defendia o impeachment da presidente e, até mesmo, a intervenção militar.  No mês seguinte, os protestos se repetiram em 413 cidades do país, mas com um número menor de pessoas na rua. Mais uma vez os maiores alvos foram a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A operação Lava Jato e os esquemas de corrupção descobertos nas estatais também ocuparam lugares importantes nos cartazes dos manifestantes
  • 6. Votação de projetos polêmicos na Câmara

    6 /17(Lula Marques/Agência PT)

    Desde fevereiro, quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) assumiu o comando da Câmara dos Deputados , a Casa foi cenário de votações polêmicas.  Uma delas foi a do Projeto de Lei 4330, que prevê a possibilidade de contratação de terceirizados para atividades fim.  Mesmo com a manifestação de centrais sindicais e de movimentos sociais, a pauta foi aprovada no Congresso e segue para aprovação no Senado .  Outra votação polêmica foi a da proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Após o texto ser rejeitado num dia turbulento, Cunha fez algumas modificações na proposta original e conseguiu, depois de 24 horas, aprovar em primeira votação a redução da maioridade em casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.
  • 7. Desastres naturais

    7 /17(Divulgação/Defesa Civil)

    Há menos de um mês, os moradores de Francisco Beltrão, no Paraná, enfrentaram ventos que superaram 100 km/h. Mais de 200 pessoas ficaram desabrigadas após a passagem do tornado e uma pessoa morreu.  O caso recente não foi o único registrado no país neste ano. Em abril, ao menos 2,6 mil casas ficaram totalmente destruídas após um tornado atingir a região oeste de Santa Catarina. Em Xanxerê, quatro pessoas morreram e 120 ficaram feridas. De acordo com o governo do estado, 30% da cidade ficou danificada pelo tornado. Um morador registrou em vídeo o momento do desastre. Veja o vídeo:
    (function(d, s, id) { var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)[0]; if (d.getElementById(id)) return; js = d.createElement(s); js.id = id; js.src = "//connect.facebook.net/pt_BR/sdk.js#xfbml=1&version=v2.3"; fjs.parentNode.insertBefore(js, fjs);}(document, script, facebook-jssdk));
    DENTRO DO TORNADO, estavamos em reunião de trabalho quando as 15:14, vimos algo diferente pela janela, então comecei a filmar pois era muito estranho, ele veio, devastou e passou. Posted by Ronaldo de Oliveira on Terça, 21 de abril de 2015
  • 8. Crimes que chocaram o país

    8 /17(Tomaz Silva/Agência Brasil/Fotos Públicas)

    Em abril, o menino Eduardo de Jesus Ferreira foi baleado e morreu durante uma operação policial no Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio de Janeiro. O garoto, que tinha dez anos, estava sentado na escada da entrada de sua casa quando foi atingido na cabeça por um tiro de fuzil. Sua mãe, a doméstica Terezinha Maria de Jesus assegura que um policial militar foi o autor do disparo. Outro caso que chocou a população foi o estupro coletivo de quatro meninas entre 15 e 17 anos em Castelo do Piauí, a 184 km de Teresina. O crime aconteceu em maio. As meninas foram espancadas e jogadas de um precipício de oito metros. Uma delas, de 16 anos, acabou morrendo. Quatro jovens, também entre 15 e 17 anos, foram condenados e um homem de 40 anos foi preso dois dias depois do crime. No último dia 17, um dos jovens presos foi morto dentro da cela. A suspeita é que os outros três menores coautores dos estupros sejam responsáveis pelo assassinato.  Também em maio, o médico Jaime Gold, de 57 anos, foi esfaqueado e morto quando andava de bicicleta na ciclovia da Lagoa, zona sul do Rio. Gold, que era cardiologista, chegou a ser levado com vida para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Os suspeitos de terem praticado o crime são dois adolescentes.
  • 9. Prisão de José Maria Marin

    9 /17(REUTERS/Jorge Adorno/Files)

    Em maio, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol ( CBF ) José Maria Marin foi preso na Suíça. A detenção aconteceu a pedido dos EUA, que solicitou a extradição do brasileiro e de outros dirigentes da FIFA sob a acusação de fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.  Segundo as investigações, Marin teria recebido 19,6 milhões de reais em propina em um esquema envolvendo a organização da Copa América. Aqui no Brasil, o nome de Marin aparece nas investigações da CPI do Futebol, que investiga supostas irregularidades em contratos assinados pela CBF para a realização de partidas da seleção brasileira de futebol. O ex-jogador e atual senador Romário (PSB-RJ), que comanda a CPI, disse na última semana que quer ter acesso aos documentos das investigações conduzidas nos EUA.
  • 10. Polêmica na Parada Gay

    10 /17(Joao Castellano/Reuters)

    A 19ª Parada Gay de São Paulo, realizada em junho, gerou polêmica depois que uma manifestante transexual se fantasiou de Jesus crucificado. Com os seios  de fora e o corpo coberto de sangue falso, a modelo Viviany Beleboni Viviany trazia acima da cabeça a mensagem: “Basta de homofobia com GLBT”. A performance foi considerada ofensiva por religiosos. Na internet, o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC) publicou um vídeo chamando as lideranças religiosas a se posicionarem contra o ato e a denunciarem o caso como crime. A modelo afirmou, em entrevista ao G1, que sua intenção não foi ofender a fé cristã, mas sim denunciar a violência sofrida pelo público GLS. “Usei as marcas de Jesus, que foi humilhado, agredido e morto. Justamente o que tem acontecido com muita gente do meio GLS, mas com isso ninguém se choca”, disse.
  • 11. Professores em greve

    11 /17(Wilson Dias/Agência Brasil)

    Em abril, quase 200 pessoas ficaram feridas após ação policial numa manifestação de professores em Curitiba, no Paraná. Os ativistas acompanhavam a votação de um projeto que autoriza o governo estadual a mexer no fundo de previdência dos servidores do Estado.  A cena foi apenas uma das que marcaram o movimento dos professores nos primeiros meses deste ano por melhores condições da educação pública e reajuste salarial. Em maio, segundo balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, docentes de seis estados estavam em greve.  Em São Paulo, a greve foi a mais longa da história da categoria e durou quase três meses. O governo – que ainda não apresentou proposta de reajuste salarial para este ano – foi obrigado pelo STF a pagar os dias parados aos professores grevistas.
  • 12. Prisão de empreiteiros e novos rumos da Lava Jato

    12 /17(REUTERS/Rodolfo Burher)

    A prisão preventiva de Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht e de Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, em julho, foi um dos importantes episódios da Operação Lava Jato nos primeiros meses do ano. Odebrecht e Azevedo continuam presos e são acusados de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A suspeita é de que os dois tenham realizado pagamento de propina a funcionários da Petrobras.  Na última semana, a operação ultrapassou os limites da Petrobras para colocar na mira outra estatal: a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás que atua no segmento de energia nuclear. O alvo da vez são contratos de empreiteiras nas obras da usina nuclear Angra 3. Entre os presos nesta fase estão o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, e Flávio David Barra, presidente global da Andrade Gutierrez Energia.
  • 13. Tensão entre Poderes

    13 /17(Antonio Cruz/ Agência Brasil)

    Desde o início do ano, quando assumiu a função de presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) assumiu publicamente que atuaria a favor de uma Câmera independente.  A independência foi tamanha que, em diversos momentos, o parlamentar agiu como oposição ao governo, mesmo com seu partido compondo a base aliada de Dilma. No último dia 17, Cunha anunciou seu rompimento formal com o governo de Dilma. A decisão veio logo após ele ser acusado pelo lobista Julio Camargo de receber 5 milhões de dólares na Operação Lava Jato. Em evento com empresários, o deputado garantiu que não irá “complicar” a vida de Dilma nos próximos meses. “Não acreditem na ideia de que a partir de agora a atuação do governo será um turbilhão. Esqueçam disso”, disse Cunha.

    Algumas pautas prejudiciais ao governo  devem entrar na agenda da Casa na próxima semana, quando o recesso parlamentar acaba.
  • 14. Popularidade de Dilma em baixa

    14 /17(Wilson Dias/Agência Brasil)

    O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff começou conturbado. Em sete meses, a petista já precisou enfrentar dificuldades como as acusações da Operação Lava Jato, as brigas políticas com o Congresso e as denúncias de irregularidades nas contas públicas. O cenário fez com que a popularidade de Dilma caísse com o passar dos meses. Na última pesquisa sobre o tema, divulgada em 21 de julho pelo CNT/MDA, 71% dos brasileiros avaliaram a gestão de Dilma como ruim ou péssima. Este é o pior nível histórico registrado pelo levantamento, que começou a ser feito em 1998.
  • 15. Recessão na economia

    15 /17(Dado Galdieri / Bloomberg)

    Nos primeiros meses do ano, o cenário econômico brasileiro não foi dos melhores, refletindo, em parte, a instabilidade política do período. No mercado de trabalho, mais de 345 mil vagas foram cortadas no primeiro semestre de 2015. Só em junho, 111 mil postos de trabalho foram fechados. As cidades mais afetadas pelos cortes foram Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. A expectativa para os próximos meses também não é das mais otimistas. Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central esperam que a inflação do ano seja de 9,23% - muito acima do limite estabelecido pelo governo, que é de 6,5%. As chances de o Brasil perder o grau de investimento pelas agências de classificação de risco também aumentaram. No último dia 28, a Standard & Poor's, uma das principais agências internacionais, alterou a perspectiva da nota brasileira de estável para negativa. No dia a dia, um eventual rebaixamento do país levaria à valorização do dólar, ao encarecimento das importações e ao aumento do desemprego.
  • 16. 16 pedidos de impeachment

    16 /17(Oswaldo Corneti/Fotos Públicas)

    Até a metade do ano, a presidente Dilma Rousseff foi alvo de 16 pedidos de impeachment. A maior parte deles tem como base as revelações feitas na Operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção em estatais. O número é pouco menor do que os 17 pedidos de impeachment que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu em seus oito anos de mandato.  Na prática, qualquer cidadão pode entrar com uma denúncia contra a presidente por crimes de responsabilidade, mas cabe ao presidente da Câmara dos Deputados julgá-la procedente e abrir uma comissão especial para analisar o pedido. Para que o processo de impeachment seja aberto, dois terços dos deputados devem votar a favor da sua instalação. O Senado então deve decidir, na mesma proporção, se o mandato pode ser interrompido ou não.
  • 17. Veja agora em quais instituições o brasileiro mais confia

    17 /17(REUTERS/Ueslei Marcelino)

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