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Tereos inicia testes para abastecer toda frota agrícola com biometano

Empresa utiliza resíduo de destilação da cana para produzir energia alternativa; projeto piloto é conduzido com fabricantes de máquinas e veículos como Scania e Case

Produção de cana para etanol: Tereos inicia testes para abastecer frota com biocombustível (Getty Images/Getty Images)

Produção de cana para etanol: Tereos inicia testes para abastecer frota com biocombustível (Getty Images/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 23 de maio de 2022 às 15h08.

Última atualização em 23 de maio de 2022 às 15h23.

Como parte de sua estratégia de sustentabilidade e da meta de abastecer toda a sua frota agrícola até 2030 com biometano gerado a partir da vinhaça, resíduo da destilação da cana, a Tereos deu início aos testes do projeto que visa ampliar a oferta de energia limpa, conforme adiantado à EXAME. A companhia, uma das líderes mundiais na produção de açúcar e etanol, realizou parcerias com empresas como a Scania, Case e Grupo Vamos para a realização dos testes.

A empresa avalia que a demanda por alternativas aos combustíveis fósseis é crescente e a tecnologia da produção de biometano deve ganhar espaço. Segundo Renato Zanetti, superintendente de sustentabilidade e excelência operacional da Tereos, empresas do setor de equipamentos agrícolas estão especialmente interessadas em explorar tendências de utilização de combustíveis alternativos no agronegócio.

Além dos benefícios relacionados ao meio ambiente, como a redução da emissão de gases de efeito estufa, a iniciativa também envolve retorno financeiro para a companhia ao permitir novas formas de remuneração. Faz parte desse cenário a comercialização de energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis e de créditos de carbono, por meio do programa RenovaBio.

O projeto está sendo implementado por meio de um financiamento de US$ 30 milhões da Instituição Financeira de Desenvolvimento da França, a Proparco, voltado para iniciativas relacionadas à sustentabilidade. Os recursos também vêm sendo direcionados à construção de uma planta de biogás na Usina Cruz Alta, em Olímpia (SP), cuja inauguração está prevista para o mês que vem.

Na última safra de cana, cerca de 1.740 gigawatts de energia foram gerados da biomassa de cana. “Produzir biometano será uma medida importante para expandir o uso de energia limpa e transformar em realidade uma série de medidas de sustentabilidade”, diz Pierre Santoul, CEO da Tereos.

No último ciclo sucroalcooleiro, de 2020/2021, a empresa obteve mais de R$ 1 bilhão em financiamento verde. Em março do ano passado, a Tereos emitiu quase R$ 350 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) avalizados pela consultoria Sitawi, de finanças sustentáveis.

A empresa prevê um aumento da ordem de 15,7% na geração de energia do bagaço de cana neste ano, alcançado cerca de 1,4 mil gigawatts-hora. Além disso, há planos de aumentar a exportações de biocombustível. Com a guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia, há maior demanda por combustível na Europa — a Ásia representa outro mercado em alta. Em relação aos Estados Unidos, a meta também é mirar no aumento de embarques. Em março deste ano, a Tereos obteve um selo verde para exportar etanol para a Califórnia.

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