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Chuvas irregulares e mal distribuídas impactam safra de grãos e trigo no Sul

De acordo com a Conab, as chuvas no Sul atrapalharam a semeadura da soja na região, enquanto a seca em regiões do Centro-Oeste e Matopiba levou à necessidade de replantio das sementes

Agricultor checa fase de desenvolvimento da soja, após plantio (Dan Koeck/Reuters)

Agricultor checa fase de desenvolvimento da soja, após plantio (Dan Koeck/Reuters)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 28 de novembro de 2023 às 12h22.

As três primeiras semanas de novembro foram marcadas por chuvas irregulares e mal distribuídas, influenciando o momento de plantio e o desenvolvimento dos grãos da safra verão - principalmente à soja.

De acordo com o monitoramento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os maiores volumes de chuva foram registrados na região Sul, causando impactos por excesso de água nos cultivos nos cultivos de primeira safra em semeadura e início do desenvolvimento.

Nas demais regiões, a baixa umidade no solo atrasou a semeadura e restringiu o desenvolvimento dos cultivos da safra verão, principalmente na metade sul de Mato Grosso, na maior parte de Goiás e de Mato Grosso do Sul. Áreas do Triângulo Mineiro, sul do Maranhão, sudoeste do Piauí e oeste da Bahia também foram afetadas.

Leia também: Prêmio negativo para soja deve se repetir em 2024 – a menos que a armazenagem avance

"Essa falta de chuvas, aliada à onda de calor com temperaturas máximas próximas de 40ºC, contribuíram para a perda de umidade no solo e causaram restrição hídrica principalmente às lavouras recém-implantadas, aumentando a necessidade de replantios", aponta o documento da Conab. Além disso, houve desaceleração na evolução da semeadura, ampliando o atraso em relação à safra anterior.

Apesar dessas condições, a Conab indica que a média diária do armazenamento hídrico no solo, nas três primeiras semanas de novembro, ainda permite condições favoráveis para o desenvolvimento das lavouras em importantes regiões produtoras do país.

Do centro ao norte de Mato Grosso, sul de Goiás, sudoeste de Mato Grosso do Sul e em todo o
estado do Paraná, o índice de umidade acima de 50% contribuiu para o desenvolvimento satisfatório das lavouras.

Com a permanência do fenômeno El Niño, produtores das regiões mais afetadas pelas chuvas irregulares e altas temperaturas permanecem na expectativa de o nível pluviométrico ser favorável, sobretudo no momento de preenchimento dos grãos.

Leia também: Chuvas no Brasil dificultam corte da cana e pressionam preços do açúcar

Trigo

Em decorrência das chuvas no Sul, a finalização da colheita de trigo no Sul na região está atrasada. No Paraná, embora 99% das lavouras tenham sido colhidas e 1% encontra-se em fase de maturação, as condições do trigo têm apresentado piora.

De acordo com a Conab, 12% das lavouras são boas, 46% regulares e 42% ruins. Já no Rio Grande do Sul, 94% do trigo foi colhido e 6% está em fase de maturação, apresentando mais riscos à qualidade do trigo. Em Santa Catarina, a colheita foi interrompida devido o retorno das chuvas, provocando impacto na fase de maturação do trigo, bem como aumento na incidência de doenças.

"Com as chuvas incessantes, o trabalho de colheita no Sul do país está com a finalização atrasada e com a
qualidade comprometida. Com isso, o percentual de trigo Tipo 1 deve ser menor ainda do que o previsto.
Tendência de alta no curto prazo", diz Flávia Machado Starling Soares, analista de mercado da Conab.

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Diante da baixa demanda por trigo dos EUA, o preço competitivo do trigo da Rússia e o início da safra de inverno no Hemisfério Norte, as cotações apresentaram desvalorizações. Com isso, a média semanal foi cotada à US$ 275,45/ton, apresentando desvalorização semanal de 3,23%.

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