Desparecimento de jornalista francês na Colômbia completa uma semana
No local do desaparecimento, uma zona rural da pequena localidade de Unión Peneya, é possível notar nos últimos dias o aumento da atividade militar
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2012 às 16h46.
Bogotá - O jornalista francês Roméo Langlois completa neste sábado uma semana desaparecido na Colômbia sob a suspeita que possa ter sido sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ) após um confronto com policiais e militares, aos quais o repórter acompanhava.
Passados setes desde o desaparecimento, um grupo de colegas concentrados hoje no departamento de Caquetá segue na expectativa e preocupados por não saber nada de seu paradeiro.
No local do desaparecimento, uma zona rural da pequena localidade de Unión Peneya, que pertence ao município de Montañita, é possível notar nos últimos dias o aumento da atividade militar, assim como a presença inusitada de jornalistas e de membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Na terça-feira passada, uma suposta guerrilheira das Farc admitiu em comunicado que leu em emissoras locais que Langlois estava detido como 'prisioneiro de guerra'.
Na sexta-feira foi a vez de o secretário do governo de Montañita, Jairo Alexander Orta, admitir que 'deram credibilidade' à mensagem.
Naquele mesmo dia, poucas horas antes de empreender uma viagem a Cingapura e China , o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, fez um novo pedido às Farc para que libertem Langlois.
'Se as Farc são inteligentes, o soltariam imediatamente, porque o custo para eles é cada vez mais alto', declarou o presidente colombiano.
Langlois foi visto pela última vez no dia 28 de abril, após mais de 11 anos como correspondente da emissora 'France 24' e do jornal 'Le Figaro' na Colômbia, quando acompanhava a polícia e o Exército em uma operação antidroga que queria documentar.
O grupo foi atacado pelos guerrilheiros e no confronto morreram um policial e três soldados enquanto o jornalista desapareceu.
A região onde foi dado como desaparecido tem forte presença de frentes guerrilheiras do chamado Bloco Sul das Farc e é próxima ao departamento de Putumayo, na fronteira com Equador e Peru.
Por outra parte, desde diferentes lugares do mundo, governos e organizações jornalísticas expressaram sua inquietação pelo destino de Roméo e exigiram sua libertação.
Na França, o caso Langlois se transformou em tema de debate eleitoral e o candidato socialista, François Hollande, se comprometeu a fazer 'todo o possível' para conseguir a libertação do jornalista de 35 anos se vencer Nicolas Sarkozy nas urnas.
Na Colômbia, a Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI), presidida pelo Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez, também reivindicou a imediata libertação de Langlois.
O diretor da FNPI, Jaime Abello, qualificou de 'insensatez' que as Farc possam considerá-lo um 'prisioneiro de guerra' porque, lembrou, 'estava exercendo um trabalho informativo'.
Abello lembrou também que Langlois trabalhou tanto ao lado do Exército como das Farc na cobertura do conflito armado, ao destacar assim sua neutralidade como repórter de guerra. EFE
Bogotá - O jornalista francês Roméo Langlois completa neste sábado uma semana desaparecido na Colômbia sob a suspeita que possa ter sido sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ) após um confronto com policiais e militares, aos quais o repórter acompanhava.
Passados setes desde o desaparecimento, um grupo de colegas concentrados hoje no departamento de Caquetá segue na expectativa e preocupados por não saber nada de seu paradeiro.
No local do desaparecimento, uma zona rural da pequena localidade de Unión Peneya, que pertence ao município de Montañita, é possível notar nos últimos dias o aumento da atividade militar, assim como a presença inusitada de jornalistas e de membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Na terça-feira passada, uma suposta guerrilheira das Farc admitiu em comunicado que leu em emissoras locais que Langlois estava detido como 'prisioneiro de guerra'.
Na sexta-feira foi a vez de o secretário do governo de Montañita, Jairo Alexander Orta, admitir que 'deram credibilidade' à mensagem.
Naquele mesmo dia, poucas horas antes de empreender uma viagem a Cingapura e China , o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, fez um novo pedido às Farc para que libertem Langlois.
'Se as Farc são inteligentes, o soltariam imediatamente, porque o custo para eles é cada vez mais alto', declarou o presidente colombiano.
Langlois foi visto pela última vez no dia 28 de abril, após mais de 11 anos como correspondente da emissora 'France 24' e do jornal 'Le Figaro' na Colômbia, quando acompanhava a polícia e o Exército em uma operação antidroga que queria documentar.
O grupo foi atacado pelos guerrilheiros e no confronto morreram um policial e três soldados enquanto o jornalista desapareceu.
A região onde foi dado como desaparecido tem forte presença de frentes guerrilheiras do chamado Bloco Sul das Farc e é próxima ao departamento de Putumayo, na fronteira com Equador e Peru.
Por outra parte, desde diferentes lugares do mundo, governos e organizações jornalísticas expressaram sua inquietação pelo destino de Roméo e exigiram sua libertação.
Na França, o caso Langlois se transformou em tema de debate eleitoral e o candidato socialista, François Hollande, se comprometeu a fazer 'todo o possível' para conseguir a libertação do jornalista de 35 anos se vencer Nicolas Sarkozy nas urnas.
Na Colômbia, a Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI), presidida pelo Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez, também reivindicou a imediata libertação de Langlois.
O diretor da FNPI, Jaime Abello, qualificou de 'insensatez' que as Farc possam considerá-lo um 'prisioneiro de guerra' porque, lembrou, 'estava exercendo um trabalho informativo'.
Abello lembrou também que Langlois trabalhou tanto ao lado do Exército como das Farc na cobertura do conflito armado, ao destacar assim sua neutralidade como repórter de guerra. EFE