ESG

O papel da iniciativa privada na pauta empreendedora

Projetos femininas devem contar com o apoio do ambiente empresarial para quebrar barreiras e encontrarem condições inclusivas, apontam especialistas em evento da EXAME Plural

Plural: painel discutiu o papel das empresas no avanço do empreendedorismo brasileiro (Eduardo Frazão/Exame)

Plural: painel discutiu o papel das empresas no avanço do empreendedorismo brasileiro (Eduardo Frazão/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 6 de maio de 2024 às 07h30.

Qual deve ser o papel da iniciativa privada no crescimento de um empreendedorismo sustentável? Este foi o tema do painel de abertura do Elas Lideram 2024. Trata-se do primeiro evento da EXAME Plural. A iniciativa da EXAME reforça o compromisso com espaço para as lideranças femininas incentivadoras da criação de oportunidades para mais mulheres em busca de desenvolvimento.

Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black, avalia que a cidadania financeira tem um papel relevante quando se fala da inclusão empreendedora. Paralelamente, as empresas devem assumir um papel mais inclusivo, quebrando o padrão de "pessoas muito similares" em seus quadros e à frente de diferentes iniciativas.

"Quando abro o elevador e caminho na Faria Lima para almoçar o que vejo são pessoas muito iguais. Venho do mercado corporativo e, à medida que avançava, via menos pessoas parecidas comigo, além de um teto de vidro que não permite a ascensão na carreira", relata a CEO.

Sócia-cofundadora da Indique Uma Preta, Daniele Mattos, acredita que muitos dos avanços vistos hoje são fruto da dinâmica de mercado, que contou com um 'empurrão' do ESG e o peso dado à diversidade. Para a empreendedora, é fundamental que os executivos usem seu poder de influência no ambiente de trabalho para aumentar a inclusão, o que inclui o incentivo ao empreendedorismo. Ela provoca o público do evento ao lembrar que "precisamos avançar".

Diretora-geral da Endeavor Brasil, Camilla Junqueira lembra que ainda há muitos casos de empreendedorismo por necessidade, muitas vezes visto como uma forma de pagar as contas. Os espaços dentro das empresas, no entanto, ainda são restritos ao terem seus "espaços dominados por homens brancos de boa formação".

Neste contexto com tantas dificuldades para empreender, os reflexos são vistos na saúde mental, com o crescimento dos casos de ansiedade, síndrome do pânico e burnout. Segundo Camilla, pesquisas aponta que 94% dos empreendedores passam por problemas de saúde deste tipo. "A jornada do empreendedorismo é muito solitária", lamenta a representante da Endeavor Brasil.

Conhecimento

O painel foi mediado por Marina Filippe, repórter de ESG da EXAME. Patrocinado pelo BTG Pactual e pela PepsiCo, com apoio da Freixenet e da Linus, o evento aconteceu em 25 de abril, em São Paulo, e reuniu em seus painéis um grupo especial de profissionais e um público, formado quase integralmente por mulheres em busca de conhecimento e dicas.

As especialistas debateram a relação entre o empreendedorismo e a iniciativa privada; a liderança feminina ativa; a defesa de um ambiente mais inclusivo e o que buscam os novos talentos, além do planejamento de carreira e o caminho para chegar aos conselhos de administração.

Acompanhe tudo sobre:MulheresEmpreendedorismoExame Plural

Mais de ESG

Não é só no Brasil: famílias em vulnerabilidade social estão na Suécia e outros países

Carlos Nobre alerta: "O que acontecia uma vez a cada década, hoje ocorre a cada dois anos"

Principais bancos relatam 'desafios significativos' em antecipar riscos climáticos

Contaminada, a água das enchentes aumenta o risco de hepatite A, tétano e leptospirose

Mais na Exame