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Softplan adquire startup e anuncia investimento de R$ 200 milhões em M&As

A empresa de tecnologia de Santa Catarina comprou 51% das cotas da Checklist Fácil, scale-up que atende clientes como Toyota, Ambev e Natura

Softplan: empresa faturou 336 milhões de reais em 2020, 8,7% a mais que no ano anterior (Softplan/Divulgação)

Softplan: empresa faturou 336 milhões de reais em 2020, 8,7% a mais que no ano anterior (Softplan/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 14h00.

Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 14h30.

A desenvolvedora de software Softplan, de Santa Catarina, começa 2021 com uma nova estratégia em jogo para inovar e expandir sua operação. A empresa, com mais de 30 anos de estrada, acaba de criar uma área de fusões e aquisições para buscar negócios que possam ajudá-la a complementar seu portfólio de produtos digitais de gestão para a Justiça, construção civil e administração pública. A expectativa é que sejam investidos 200 milhões de reais nos próximos três anos na estratégia.

O primeiro desembolso já foi feito. A catarinense anuncia nesta quarta-feira, 13, a aquisição da startup Checklist Fácil, avaliada em 46 milhões de reais. A companhia comprou o controle de 51% da empresa, que seguirá a operação de forma independente, mantendo os sócios e os cerca de 100 funcionários no negócio.

Fundada em 2013 por Rafael Zambelli, Rafael Abreu, Raul Zambelli e Maurício Fragoso, a Checklist Fácil é dona de um programa que ajuda empresas a criar e acompanhar listas de tarefas para controle de processos internos. A startup tem clientes em 14 países, como as empresas Toyota, Ambev, Natura, Centauro e Unilever. Em 2020, faturou 16 milhões de reais, um crescimento de 20% em relação a 2019.

De acordo com Guilherme Tossulino, executivo que assumiu a recém-criada diretoria de M&A da Softplan, a aproximação com a startup aconteceu de maneira tímida desde 2018 e se intensificou ao longo de 2020, quando a companhia começou a estudar possíveis aplicações do serviço de checklists deles para seus clientes da construção civil.

“Quando entregamos para nossos clientes uma solução de gestão de processos, essa etapa de verificação e auditoria acontece em paralelo, muitas vezes no papel. Com a aquisição, podemos integrar a solução da Checklist e fazer todo o processo de maneira mais fluida”, diz Tossulino. Somando os clientes da adquirida, a Softplan ultrapassa a marca de 6.000 clientes.

Nova fase da Softplan

A nova estratégia de fusões e aquisições acontece em um momento de sucessão para a companhia. Os fundadores da empresa, Ilson Stabile, Moacir Marafon e Carlos Augusto de Matos, deixam a direção das três unidades de negócio para compor a presidência colegiada do conselho de administração da Softplan, que se prepara para a internacionalização. Com isso, funcionários antigos da casa assumiram as unidades de gestão pública, construção civil e justiça. São eles, respectivamente, Marco Aurélio Medeiros, Ionan Henrique Fernandes e Rodrigo Santos.

A meta da nova gestão para 2021 é crescer o faturamento da empresa acima de 20% na comparação com o ano passado, quando o negócio faturou 336 milhões — 8,7% a mais que em 2019. Com a pandemia impulsionando a digitalização das empresas e do home office, a Softplan intensificou sua atuação com os clientes que já tinha, mas teve as novas vendas afetadas. 

Agora, com o investimento em fusões e aquisições, a empresa espera trazer negócios com que possam ajudá-la a aprofundar suas soluções ou atuar em setores complementares. Para que haja uma integração mais rápida, Tossulino explica que há uma preferência por negócios que faturam pelo menos acima de 10 milhões de reais por ano — mas não necessariamente somente startups estão no alvo da empresa.

“Buscamos negócios mais estabelecidos, que sejam complementares ao nosso core. Mas também estamos de olho em negócios mais disruptivos, que possam ser relevantes para o mercado lá na frente”, diz o diretor de M&As. 

Ao longo da sua trajetória, a Softplan adquiriu participações em diversas empresas para complementar suas soluções. Nos últimos anos, por exemplo, comprou 51% das cotas da 1doc, que oferece uma plataforma para que prefeituras digitalizem a comunicação e a prestação de serviços ao cidadão. Na frente de construção civil, criou uma joint venture com a Brognoli chamada Refera, que auxilia imobiliárias a gerir chamados de manutenção de contratos. 

“Estamos bem conectados aos mapas de startups e scale-ups para entender quais empresas estão se destacando no mercado e podem ser oportunidades para a Softplan”, diz Tossulino.

O movimento da Softplan segue uma tendência do mercado ao longo de 2020. De acordo com dados da consultoria PwC, o número de fusões e aquisições no Brasil bateu recordes entre janeiro e novembro do ano passado, com 14% mais transações que em 2019. O setor de tecnologia da informação, do qual a Softplan faz parte, liderou o estatística, com 394 transações registradas. 

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