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Como decidir entre a loja própria ou se tornar um franqueado?

Especialistas indicam as vantagens e desvantagens para o empreendedor que quer decidir entre abrir um negócio próprio ou uma unidade franqueada

Loja da Domino's pizza: rede de restaurantes anunciou fusão com o Burger King na última semana (Germano Lüders/Exame)

Loja da Domino's pizza: rede de restaurantes anunciou fusão com o Burger King na última semana (Germano Lüders/Exame)

Na última semana, o Burger King anunciou a aquisição total da rede de pizzarias Domino's no Brasil. Agora incorporada à rede de hambúrgueres, a Domino’s deve trazer um fôlego a mais à missão do Burger King em se tornar a maior rede de fast food no país. Os números são otimistas: o BK estima a abertura de 1.000 unidades da pizzaria nos próximos 10 anos.

Há, porém, um fato adicional nessa história: a Domino’s é, quase que totalmente, uma rede franqueadora. Dos 300 restaurantes no Brasil, apenas 90 são restaurantes próprios, e 213 são unidades franqueadas. O que desperta a curiosidade de empreendedores em entender os pormenores de investir em uma franquia renomada, uma franquia menos conhecida ou abrir um negócio próprio.

Em meio a um momento conturbado para a economia e para os pequenos negócios e diante de resultados positivos para o setor de franquias, a EXAME conversou com especialistas do setor para entender quando, de fato, é vantajoso se tornar um franqueado de uma grande rede.

Franquias em alta

Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o primeiro trimestre de 2021 registrou crescimento de 1,9% na abertura de novos negócios. No caso das franquias, os números também são positivos, e a projeção para 2021 é de um faturamento 8% maior e uma expansão de 5% das redes. Ainda segundo a ABF, 20 a 25 novas unidades de franquias são abertas no Brasil a cada dia.

Os números, junto de notícias como a aquisição da Domino’s mostram que, mesmo num momento desafiador, o setor permanece aquecido e investir em franquias pode ser um bom negócio. Segundo o Sebrae, 80% dos negócios independentes fecham no Brasil em um período de 10 anos, mas no caso das franquias esse número cai para 15%.

No setor de alimentação, especialmente entre as pizzarias, alguns números chamam a atenção. Em entrevista à EXAME, o presidente da Domino’s, Fernando Dias Soares, a empresa concorre em um mercado no qual 95% das vendas vão para pizzarias de bairro, enquanto apenas 5% é dominado pelas grandes redes.

Devo abrir uma franquia?

Para Marcelo Cherto, presidente da consultoria de franquias Cherto e um dos fundadores da ABF, a resposta para tal pergunta deve partir de dois princípios básicos:

  • o conhecimento prévio do empreendedor sobre o mercado onde está entrando
  • o recurso disponível para investimentos

“Você precisa saber como se faz uma pizza, como se vende e como se precifica, por exemplo. Se não tem esse conhecimento, a vantagem de comprar uma franquia é estar comprando também a experiência”, diz.

Já do lado dos recursos, é preciso avaliar que os custos para manter uma franquia podem ser maiores, especialmente para as mais conhecidas —  que também exigem um determinado padrão de produtos e equipamentos. A abertura de uma unidade franqueada também pode demandar um maior capital inicial.

As desvantagens de ser um franqueado

Ao entrar em uma franquia, o empreendedor deve seguir alguns padrões estabelecidos pelo franqueador, o que não acontece no caso de lojas independentes. “Existem padrões e regras definidas. Toda a tranquilidade com resultados também vem junto de uma menor liberdade em relação a produtos, cardápio e diretrizes”, explica André Friedheim, presidente da ABF.

Em comum, os especialistas destacam que o principal benefício de se tornar um franqueado está na acessibilidade de informações, conexão com outros franqueadores e a proximidade com o know how que já vem da grande rede. Ter acesso a toda essa rede de apoio, porém, não é de graça. Existem taxas, os chamados royalties, para fazer parte de uma marca. Os custos são, portanto, a principal desvantagem para o empreendedor.

Um outro ponto, segundo Friedheim, está no quanto o empreendedor se sente confortável em compartilhar seus resultados com a franqueadora.

“Muitas vezes, o empreendedor não tem o perfil de publicar seus resultados com outros integrantes. Mas no caso das franquias, o faturamento e o lucro é um dado público naquela rede”, diz.

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