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O que mudaria no empreendedorismo se Obama fosse brasileiro?

Você já se perguntou o que aconteceria se o Obama fosse brasileiro? Para os empreendedores, a realidade mudaria bastante, e para melhor.


	Barack Obama: se Obama fosse brasileiro, os empreendedores estariam muito bem
 (Jorge Silva / Reuters)

Barack Obama: se Obama fosse brasileiro, os empreendedores estariam muito bem (Jorge Silva / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2016 às 11h00.

Você já ouviu falar no Mia Couto? Ele é um dos maiores escritores de Moçambique, um país que, apesar da distância, é muito parecido com o nosso. Em um de seus livros, ele lança uma pergunta: e se Obama fosse africano?

A questão gira em torno da ascendência do atual presidente norte-americano e de como seria um governo dele na África, onde teria que enfrentar um conservadorismo histórico, uma burocracia tremenda e governantes e poderes que há anos se sustentam à custa da miséria do seu povo.

A provocação é ótima e poderia valer para o Brasil. Mas vou aproveitar o gancho e buscar, como empreendedores que somos, ver um outro ângulo, o otimista, aquele do lado cheio do copo. Quem viu a participação de Barack Obama no Global Entrepreneurship Summit, um evento corealizado pelo Governo dos Estados Unidos e pela Rede Global do Empreendedorismo, vai concordar com a gente:

Se Obama fosse brasileiro, os empreendedores estariam muito bem.

Em um dos painéis, o presidente se sentou com Mark Zuckerberg e conversou com outros três empreendedores, um da Ruanda, outra do Peru e uma terceira do Egito, que, aliás, é apoiada pela Endeavor de lá.

Mais do que o papo entre eles em si, que foi ótimo, a imagem transmitida pelo líder da maior potência do mundo aos seus cidadãos é emblemática, de dar inveja. Um Obama totalmente familiarizado com o assunto trocou ideia sobre negócios, perguntou sobre como é o dia a dia das empresas e, claro, mostrou como seu governo está ajudando os empreendedores americanos e de todo o mundo.

Não bastasse esse show de conhecimento, o presidente americano aproveitou o canhão de atenção e mídia que sua posição proporciona e mostrou como aqueles do painel e todos outros tantos empreendedores estão transformando a vida de milhões de pessoas, em todos os países.

Quando Obama se encontra com empreendedores de alto impacto, e essa não foi a primeira vez, ele não está “só” mostrando a sua simpatia em um grande evento. Ele está mandando um recado: o empreendedorismo é importante para os Estados Unidos e para todo o mundo.

O presidente sabe que empreendedores como os do painel, que estão inovando e criando empresas globais, vão transformar a vida de todos.

No Brasil, por exemplo, as empresas que crescem mais de 20% ao ano por três anos seguidos, as chamadas scale-ups, ou empresas de alto crescimento, são apenas 0,7% do total, mas geram quase 45% dos novos empregos da economia nacional, de acordo com o IBGE.

Os Estados Unidos têm uma série de iniciativas para apoiar seus empreendedores, e o presidente usa sua imagem e liderança para fazer uma das coisas mais essenciais em qualquer política pública: se posicionar e posicionar o seu governo. Nesse caso, e para a nossa sorte, a favor dos empreendedores.

Participar de eventos e falar sempre o quão importante o empreendedorismo é para o país não é suficiente, mas é um primeiro passo; é o que “dá o tom” para todo o resto. Sem isso, nenhuma política pública se torna prioridade e transformadora de verdade.

Essa liderança e posicionamento é rara entre as lideranças públicas brasileiras, em qualquer nível, seja federal, estadual ou municipal.

Nós da Endeavor, junto a diversas outras lideranças do empreendedorismo daqui, estamos trabalhando para colocar o tema na agenda de todos os nossos governantes. E você também pode fazer parte desse movimento. Vamos mostrar quanto barulho podemos fazer e dizer que eles não podem mais ficar ausentes nesse papo?

Texto publicado em Endeavor.

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