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Madero reestrutura dívida e espera nova janela para IPO

Dívida da empresa de restaurantes chegou perto de 1 bilhão de reais; agora, prazo médio foi de 1,4 ano para 3,8 anos

Restaurante Madero: rede pediu registro para IPO (Madero/Divulgação)

Restaurante Madero: rede pediu registro para IPO (Madero/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 23 de março de 2022 às 17h31.

Última atualização em 25 de março de 2022 às 11h37.

Depois de chegar a uma dívida de quase 1 bilhão de reais, a empresa de restaurantes Grupo Madero, reestruturou sua dívida para reduzir os vencimentos de curto prazo. Parte importante dos vencimentos foi para 5 a 6 anos, o que elevou o prazo médio da dívida de 1,4 ano para 3,8 anos.

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O plano de reperfilamento de dívida envolveu o pagamento de 100 milhões de reais a credores em fevereiro. Depois, o grupo fez uma emissão de CRA de 500 milhões de reis, com pagamento em 5 e 6 anos. Fez ainda aditivos aos contratos com alguns bancos, e estendeu o prazo de vencimento de uma emissão de debêntures para cinco anos, com a primeira amortização para setembro de 2023.

Com isso, a dívida de curto prazo da companhia, que chegava a 69,1% do endividamento total, hoje representa apenas 6,3%. A dívida de longo prazo, que era de 30,9%, agora ficou em 93,7%.

O reperfilamento da dívida é uma boa notícia para o Madero, depois de um período de vento contra. No início de fevereiro, o grupo divulgou resultados animadores ao mercado, com receita líquida de 367 milhões reais no quarto trimestre, um crescimento de 36,5% em relação ao mesmo período de 2020. No acumulado do ano, a receita ficou em 1,1 bilhão de reais, um recorde que representou alta de 44% em relação a 2020.

No ano passado, a dívida do Madero chegou a 981 milhões de reais, um aumento de 328,8 milhões de reais em relação a dezembro de 2020. Segundo a empresa, o salto nos débitos foi reflexo do fechamento dos restaurantes na pandemia, e da adaptação de cozinhas e entregas.

Em outubro de 2021, o Madero precisou adiar os planos de abrir capital na bolsa de valores brasileira, a B3. Depois, recebeu aporte de 300 milhões e reais do Grupo Carlyle, com foco em expansão. No ano passado foram 35 novos restaurantes. Agora, com a receita voltando a crescer e uma dívida mais alongada, o Madero espera com mais tranquilidade por uma nova janela de oportunidade para seu IPO.

"Quando o mercado fechou, iniciamos o plano de reperfilamento da dívida da companhia, de forma a adequar nossa estrutura de capital para esperar com tranquilidade uma nova janela no mercado para IPOs a valores alinhados com a expectativa dos acionistas", disse o fundador do Grupo Madero, Junior Durski em comunicado. "Continuamos focados no nosso projeto de expansão e na geração de valor no longo prazo”.

 

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