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Koin, da Decolar, levanta R$ 36 milhões num FIDC para financiar clientes e quer ir além de viagens

O valor será usado para financiar a operações de créditos dos clientes

Daniel Lozano, CFO da Koin: queremos duplicar números de transações com pix parcelado em 2024 (Koin/Divulgação)

Daniel Lozano, CFO da Koin: queremos duplicar números de transações com pix parcelado em 2024 (Koin/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 26 de março de 2024 às 06h50.

Última atualização em 26 de março de 2024 às 18h41.

Adquirida pelo Grupo Decolar nos últimos meses de 2020, a brasileira Koin tem crescido a sua oferta de produtos e serviços. Da origem no mercado de turismo e com a oferta de um único produto, o boleto parcelado, a startup avança para oferecer o modelo de negócio a outros setores. 

A fintech funciona como um carnê digital, em que os usuários fazem as compras, escolhem PIX ou boleto parcelado, e pagam depois - sem comprometer os limites do cartão de crédito ou necessidade de conta em banco.  

Em um novo movimento, pretende acelerar a atuação a partir da captação do seu primeiro FIDC no valor de R$ 36,6 milhões.  O veículo será usado para financiar a operações de créditos dos clientes.  

“Nós tivemos um crescimento bastante acelerado e percebemos que o caminho seria estruturar uma operação para termos esta independência”, afirma Daniel Lozano García, CFO da Koin. “Para os lojistas, eles têm muito mais confiança de que podem continuar crescendo a operação e contando a parceiro”. 

Atualmente, a Koin tem mais de 1000 lojistas pela América Latina que usam a tecnologia, metade deles oferecendo a opção de PIX parcelado. No geral, são varejistas e ecommerces que processam mais de 5.000 pedidos por mês. 

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“Nós queremos trazer mais lojistas de sucesso e duplicar as transações com clientes finais”, afirma Lucas Iván Gonzalez, Chief Product Officer da Koin. De acordo com números de mercado, o tíquete médio da operação fica em torno de R$ 2,500 e as parcelas podem ser distribuídas em até 24 meses, a depender da transação.

Após alcançar o break even no ano passado, a ambição da startup é também “duplicar números de transações” com pix parcelado nos 12 meses de 2024. 

Como surgiu a Koin

A strartup chegou ao mercado em 2016 pelas mãos do brasileiro Ricardo Siqueira, também fundador da MaxiPago, como uma solução digital de boleto parcelado, sob o modelo de Buy Now Pay Late (BNPL, compre agora e pague depois).  

Com mudanças na indústria financeira e já sob a gestão do Grupo Decolar, a Koin incluiu ao portfólio o PIX parcelado, modelo que avançou no mercado brasileiro nos últimos anos. Os dois produtos são o carro-chefe da operação no país. 

A maior compreensão sobre o mercado abriu os olhos para oportunidades de ir além do turismo, entrando em educação, cosméticos, vestuários, e esporte e lazer, setores que apresentam alta recorrência no digital. 

“Nós crescemos muito nos últimos anos, evoluímos nos serviços, em pessoas e acreditamos que poderíamos entregar valor também nestas categorias“, afirma Gonzalez. O argentino lidera o time de desenvolvimento de produtos e chegou à operação logo após a aquisição pela Decolar. 

Foi neste período que a Koin agregou outras camadas de serviços como um serviço antifraude e um sistema que intermedia pagamentos (gateway). Mais recentemente, a startup lançou um marketplace, espaço em que reúne varejistas de diversas áreas.

“Com nosso próprio aplicativo, nós podemos conhecer um pouco mais os clientes e permitir que façam compras em qualquer e-commerce do país”, afirma Gonzalez.

Qual é o momento da startup

Além de novos segmentos de mercado, a nova gestão, comandada pelo argentino Nicolas Obejero, ex-VP da Despegar (controladora da Decolar), tem conduzido o negócio para outras frentes. Além do Brasil, a Koin opera outros 8 países da região, como Argentina e México, e tem usado os dados obtidos ao longo dos anos para estruturar novos negócios.

“Nós temos uma base de dados muito grande, que enriquecemos a partir de um modelo de machine learning, para entender o turismo, os tipos de fraude e as tentativas mais comuns”, afirma Gonzalez. 

De acordo com a empresa, a meta deste ano é triplicar a atração de lojistas para este produto em países como México, Colômbia, Argentina e ainda o Brasil.

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