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Em tempos de streaming, Brasileirão Série D tem início sem transmissão

Competição teve início no último final de semana sem nenhum jogo televisionado

Série D: Até agora, a entidade máxima que controla o futebol brasileiro não encontrou ninguém com interesse em fazer as transmissões (Rafael Ribeiro / CBF/Flickr)

Série D: Até agora, a entidade máxima que controla o futebol brasileiro não encontrou ninguém com interesse em fazer as transmissões (Rafael Ribeiro / CBF/Flickr)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de maio de 2023 às 08h29.

A Série D do Campeonato Brasileiro teve início neste último final de semana com algo raro: nenhum jogo foi televisionado.

O principal motivo é que o contrato que a CBF tinha com a InSports TV, que valia até 2025, foi interrompido pela própria empresa, que desistiu ainda durante o mês de abril alegando, em nota, "inúmeros obstáculos insuperáveis".

Até agora, a entidade máxima que controla o futebol brasileiro não encontrou ninguém com interesse em fazer as transmissões.

"Pensar em futebol profissional sem transmissão em pleno 2023 pode ser algo inimaginável, por mais que a Série D seja um campeonato bastante específico, já que envolve 64 clubes de todas as regiões do Brasil, com muitos jogos simultâneos. Sem dúvidas, é um desafio muito grande estruturar transmissões diante desta complexidade, mas é preciso que a CBF encontre uma alternativa, pois é um importante produto de seu catálogo, que envolve equipes tradicionais e novas forças do nosso futebol, formando uma mescla importante para o mercado", afirma Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa especializada em marketing esportivo e que negocia contratos envolvendo clubes, empresas, entidades e atletas.

"Essa ausência de visibilidade prejudica a todos: produto, patrocinadores, torcedores. Mas creio que será encontrada uma alternativa", salienta Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-diretor da Wolff Sports.

Um ponto importante é que apesar do interesse de alguns clubes, a CBF proibiu que as agremiações fizessem as transmissões por meio de suas TVs próprias.

"O que é ruim no Brasil é a falta de um arcabouço claro da gestão deste tipo de propriedade. Pela lei, os mandantes de eventos esportivos são os detentores dos direitos de transmissão e deveriam ter liberdade de gerir este tema", afirma Bruno Maia, CEO da Feel The Match, empresa especializada em inovação e novas tecnologias do esporte.

Redes sociais e rádio como alternativa

Os torcedores dos 64 clubes participantes da Série D foram obrigados a acompanhar os jogos pelos tempos reais de veículos esportivos ou redes sociais dos próprios clubes, ou pelo bom e velho rádio.

Nos bastidores, comenta-se que a CBF corre contra o tempo e deve anunciar um novo detentor muito breve. "Quanto menos visibilidade, menos marcas investirão nas equipes e no próprio campeonato. Creio que a liberação para que os clubes façam suas próprias transmissões em seus canais possa ser uma saída paliativa, até que apareça uma plataforma que compre os direitos de transmissão de forma definitiva. Uma outra solução comercial que enxergo é que, no momento em que a CBF negociar propriedades de outros produtos mais atrativos - como a Copa do Brasil ou as Séries A e B – ela envolva também essas propriedades que carecem de apoio financeiro, como a Série D. Seria uma forma de minimizar os riscos de se iniciar a competição sem os pacotes de transmissão e outras propriedades negociados", complementa Salviano.

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