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Facebook informa à CPMI do 8 de janeiro que tirou do ar 153 lives

Empresa explicou que as transmissões foram interrompidas por violar sua Política de Violência e Incitação à Violência

Meta: big tech afirmou que removeu palavras que incitaram ou facilitaram "qualquer violência grave" (AFP/Getty Images)

Meta: big tech afirmou que removeu palavras que incitaram ou facilitaram "qualquer violência grave" (AFP/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2023 às 20h17.

Última atualização em 2 de agosto de 2023 às 20h29.

A Meta Plataforms, empresa que administra as plataformas virtuais Facebook, Instagram e WhatsApp, informou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que tirou do ar 153 lives que insuflavam atos golpistas nos dias 12 de dezembro, dia da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e em 8 de janeiro, dia em que os prédios da Praça dos Três Poderes foram invadidos e depredados.

Segundo a Meta, as lives foram interrompidas por violar a Política de Violência e Incitação à Violência, criada e regulada pela empresa. A big tech afirmou que removeu palavras que incitaram ou facilitaram "qualquer violência grave", além de remover conteúdos, desabilitar contas e colaborar com as autoridades quando foi "identificado um risco real de lesões corporais ou ameaças diretas à segurança pública".

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A Meta também afirmou que, entre 16 de agosto de 2022 e 8 de janeiro de 2023, foram removidos mais de 1 milhão de conteúdos do Facebook e mais de 960 mil conteúdos do Instagram por violação da política virtual. A empresa também disse ter recebido quase 70 mil denúncias de usuários por incitação ao ódio entre outubro do ano passado e maio deste ano.

Meta não sabe quantas contas verificadas estavam relacionadas aos atos

Apesar dos números enviados à CPMI, a Meta disse que não possui dados disponíveis sobre a quantidade exata de contas verificadas que tiveram conteúdos relacionados aos atos ocorridos nos dois dias. A explicação da empresa ao deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da comissão de inquérito, foi que não existe um identificador "que dê conta" do que seria relacionado aos movimentos golpistas e que o sistema de recuperação da empresa não são estruturados para realizar a coleta.

"Foram tomadas medidas em relação a milhares de usuários e a milhões de conteúdos no período indicado, o que corrobora a afirmação inicial da Meta Plataforms de que o que enorme volume de dados gerados pode dificultar e eventualmente inviabilizar alguns aspectos da sua análise", afirmou a Meta.

As contas verificadas são atestadas pela Meta como pertencentes a pessoas autênticas, sendo uma forma de ressaltar que determinado usuário é uma organização confiável ou uma pessoa pública. Nas suas investigações, a CPMI busca identificar quais figuras influentes incentivaram os ataques aos prédios públicos dos Três Poderes e a sede da Polícia Federal.

PGR pediu que Meta revelasse seguidores de Bolsonaro

No último dia 24 de julho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) requisitasse à Meta esclarecimentos sobre possíveis conexões de 244 denunciados pelos atos de 8 de janeiro com as redes oficiais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ofício, encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, questionou se os acusados são ou eram seguidores do ex-presidente e se repostaram as suas postagens que tinham como temas "fraude em eleição", "urnas eletrônicas", "Tribunal Superior Eleitoral", "Supremo Tribunal Federal", "Forças Armadas" e "intervenção militar".

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