O mercado de tecnologia da informação (TI) deve receber uma injeção de 16,2 bilhões de dólares em 2006, o que equivale a um crescimento de 14,9% em relação a 2005. Os dados constam de pesquisa realizada pela consultoria IDC Brasil, divulgada nesta quinta-feira (27/7).

Se confirmadas as projeções do estudo, o avanço brasileiro será muito mais significativo do que o previsto para todo o mundo, de 6,6%. O motivo da vantagem está na maturidade que alguns mercados já atingiram, segundo Mauro Peres, diretor da IDC Brasil. Ele explica que os países com os maiores índices de crescimento no setor são aqueles que abriram suas economias recentemente. "Eles estão vivendo o que o Brasil viveu na década de 90, quando o mercado crescia a 30%", afirma.

De acordo com a pesquisa, a Índia deve liderar o crescimento de TI neste ano, com um avanço de cerca de 25% no total de investimentos. Logo atrás vêm Turquia, Rússia, Argentina, Tailândia e Brasil. Nos Estados Unidos, a alta deve ser de cerca de 7%.

Outro sinal de que o Brasil ainda está a caminho da maturidade é a projeção da distribuição de investimentos em TI para 2006. O montante se concentrará principalmente no segmento de hardware, que deve abocanhar 44% de todo o volume. Outros 40% serão alocados em serviços, enquanto 16% serão destinados a software. Essa disposição só deve mudar depois que as empresas brasileiras já estiverem bem equipadas com máquinas e equipamentos, diz Peres. "Dentro de cinco anos a área de serviços receberá mais investimentos do que a de hardware". Para o diretor, esta transição tem sido acelerada pela desvalorização do dólar, que facilita a compra de hardware pelas empresas.

Setor financeiro

O estudo também analisou o plano de investimento em TI por parte do segmento financeiro, responsável por 21% de todo o volume destinado à tecnologia da informação. Em 2005, bancos, seguradoras e corretoras destinaram 3,1 bilhões de dólares às operações de TI, volume que deve crescer 12% em 2006.

De acordo com o IDC, o setor financeiro, junto com o setor de telecomunicações, é o que destina maior parcela de seu faturamento à àrea de TI. Para realizar a pesquisa, a consultoria entrevistou 80 instituições.