Estudo alerta que 30% da população mundial está acima do peso
O estudo previu que pelo menos a metade da população adulta mundial estará com sobrepeso ou obesa até 2030.
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2014 às 06h36.
Mais de 2,1 bilhões de pessoas em todo o mundo - ou quase 30% da população mundial - estão com sobrepeso ou obesas e este número deve aumentar para além de 2030, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira.
A obesidade é causa de cerca de 5% de todas as mortes no mundo e tem um impacto negativo na economia global semelhante ao tabagismo e aos conflitos armados, de acordo com o trabalho de consultores do Instituto Global McKinsey.
O estudo previu que pelo menos a metade da população adulta mundial estará com sobrepeso ou obesa até 2030 e pediu uma "resposta coordenada" de governos, varejistas e fabricantes de comida e bebidas, argumentando que uma ação direcionada poderia fazer 20% dos obesos voltarem ao peso normal em uma década.
"A obesidade é um grande problema econômico global, provocado por múltiplos fatores", destacou.
"Hoje, a obesidade concorre com os conflitos armados e o tabagismo em termos de ter o maior impacto econômico global provocado pelo homem", acrescentou.
O trabalho identificou 74 recomendações que, segundo os autores do estudo, ajudarão a reduzir a gordura abdominal em todo o mundo.
As recomendações incluem limitar o tamanho das porções em embalagens de comida rápida, educação dos pais e a introdução de refeições saudáveis em escolas e locais de trabalho.
De acordo com os autores, a obesidade agora custa à economia global US$ 2 trilhões em cuidados com a saúde e perda de produtividade ou 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, US$ 100 bilhões a menos do que o tabagismo e os conflitos armados juntos.
A Grã-Bretanha foi o principal estudo de caso do trabalho, que indicou que 3% do PIB do país varrido por ano por causa da obesidade, a principal obstáculo à economia do país depois do tabagismo.
O custo combinado anual dos cuidados com a saúde vinculados à obesidade e à perda de rendimento alcança £47 bilhões (US$ 73,8 bilhões).
Uma pessoa é considerada obesa quando tem índice de massa corporal (IMC), que se obtém dividindo o peso em quilos pela altura em metros ao quadrado, acima de 25.
Alison Tedstone, nutricionista chefe da Public Health England, autoridade que cuida da saúde pública na Inglaterra, chamou a obesidade de problema complexo que exige "agir nos níveis individual e social, envolvendo indústria, governo nacional e local, bem como o setor voluntário".
"Atualmente, 25% do país é de obesos e 37% está acima do peso", acrescentou.
"Se reduzirmos a obesidade aos níveis de 1993, quando 15% da população era obeso, evitaremos cinco milhões de casos de doenças e economizaremos, apenas no serviço nacional de saúde, £1,2 bilhão até 2034", prosseguiu.
McKinsey planeja realizar estudos de caso em China e México, países emergentes, mas acredita que suas recomendações seriam aplicáveis em todo o mundo.
O estudo concluiu que uma ação drástica é necessária, "já que a obesidade alcança agora uma proporção de crise".