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Em crises, Wikipedia é tão visitada quanto portais de notícia

O estudo mostra que, durante surtos de doenças, usuários procuram tanto a Wikipedia quanto os jornais

 (Peter MacDiarmid/Getty Images)

(Peter MacDiarmid/Getty Images)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 13 de março de 2020 às 16h39.

Última atualização em 13 de março de 2020 às 17h49.

São Paulo — Quando há uma grande crise — por exemplo, a da pandemia de coronavírus —, é comum que a internet se torne um dos principais meios para adquirir conhecimento, afinal, a velocidade dos portais digitais e da troca de informações é cada vez maior.

Um novo estudo indica que, apesar da velocidade dos portais de notícia virtuais, a Wikipedia é capaz de desempenhar um papel mais efetivo na busca por informações. A primeira vez que a enciclopédia online foi identificada como relevante durante crises de saúde foi em 2016, durante o surto do vírus zika.

O estudo, realizado pelo pesquisador Michele Tizzoni e a equipe da Fundação ISI, em Turim, na Itália, investigou a relação entre a cobertura midiática e a reação do público para a epidemia de zika em 2016.

Os dados coletados representam o número de vezes que residentes dos Estados Unidos acessaram páginas da Wikipedia sobre o vírus. Os números foram comparados com os acessos para as matérias da mídia sobre o vírus.

Embora os jornais tenham mais comprometimento em transmitir formas de proteção em situações de contágio de vírus, informar a população sobre os maiores riscos e realizar uma cobertura dos casos, a pesquisa relatou que a Wikipedia possui quase o mesmo número de acessos que os meios de comunicação — tanto os da web como os televisivos.

Ainda que a Wikipedia possa ser editada por qualquer pessoa que crie uma conta no site, esse estudo indica que a enciclopédia é, para os usuários da internet, confiável.

Tizzoni, que liderou o estudo, informou que essa descoberta pode ajudar a estudar para onde vai a atenção da população durante os surtos: "Podemos usar esses dados críticos para encontrar padrões em um país, e como o comportamento muda por região", comentou, em nota, o cientista.

De acordo com os autores do estudo, pesquisas futuras sobre o assunto podem desempenhar um papel importante em como a mídia — tanto jornais como autoridades nacionais de saúde pública — trata assuntos ligados a crises.

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