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Células-tronco de laboratório regeneram corações de macacos

O experimento representa um avanço de estabelecer uma fonte de células revitalizadas para serem transplantadas em vítimas de ataques cardíacos

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	Experimento: isto evitaria a necessidade de coletar células-tronco de embriões ou dos próprios transplantados
 (Reuters)

Experimento: isto evitaria a necessidade de coletar células-tronco de embriões ou dos próprios transplantados (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2016, 17h32.

Em um passo à frente rumo à regeneração de órgãos, células-tronco desenvolvidas a partir de células da pele de macacos revitalizaram corações doentes de cinco animais, anunciaram cientistas nesta segunda-feira.

O experimento representa um avanço na direção da meta de se estabelecer uma fonte ampla e indiscutível de células revitalizadas para serem transplantadas em vítimas de ataques cardíacos, escreveram pesquisadores em um estudo publicado na revista científica Nature.

Isto evitaria a necessidade de coletar células-tronco de embriões ou dos próprios transplantados.

A equipe de cientistas utilizou as denominadas células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs).

Elas são desenvolvidas ao se estimular células maduras, já especializadas - como as da pele - a voltarem ao estado neutro, juvenil, a partir do qual podem dar origem a qualquer outro tipo de célula humana.

Antes do surgimento da técnica iPSC, as células-tronco pluripotentes eram coletadas de embriões humanos, que são destruídos no processo - uma prática controversa.

Há uma terceira categoria de células-tronco, que podem ser diretamente coletadas de seres humanos. Estas células-tronco "adultas" são encontradas dentro de certos órgãos, inclusive o coração, e existem para recompor células danificadas.

Células-tronco adultas do coração já foram usadas em nível experimental para tratar vítimas de ataques cardíacos. E o tratamento com células-tronco embrionárias demonstrou ser promissor no tratamento da insuficiência cardíaca severa.

Mas a equipe de cientistas japoneses afirmaram que seu estudo foi o primeiro a utilizar células iPSCs para consertar um dano cardíaco.

As células humanas iPSCs são há tempos consideradas uma fonte promissora de células para reparar o coração.

Mas desenvolvê-las a partir das próprias células do paciente era "demorado, trabalhoso e custoso", enquanto as células cardíacas desenvolvidas a partir das células de outra pessoa podiam ser rejeitadas pelo sistema imunológico do receptor, escreveram os pesquisadores.

Nas experiências com macacos, os estudiosos selecionaram uma molécula em uma célula do sistema imunológico que combinou tanto com o doador quanto com os receptores de forma a impedir que o sistema de defesa do corpo identificasse e reagisse às células "invasoras".

Os macacos também receberam drogas imunossupressoras brandas e foram monitorados por 12 semanas.

As células melhoraram a função cardíaca, embora tenham sido observados irregularidades nos batimentos (arritmia), destacaram os pesquisadores. Mas, o importante é que as novas células não foram rejeitadas.

"Ainda temos alguns obstáculos, incluindo o risco de formação de tumores, arritmias, o custo, etc", enumerou, em declarações à AFP, o coautor do estudo, Yuji Shiba, da Universidade Shinshu, do Japão.

Mas ele disse estar confiante de que as células cardíacas iPSC serão testadas em humanos "em alguns anos".

Especialistas que não participaram do estudo consideraram-no um avanço, mas advertiram que há um longo caminho a percorrer.

"Eu não acredito que o tratamento com células-tronco para insuficiência cardíaca vá se tornar realidade em muitos anos", avaliou o cardiologista Tim Chico, da Universidade de Sheffield.

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