Estilistas que ficam maiores do que as próprias marcas
Por causa das redes sociais, diretores criativos disputam holofotes com as grifes que comandam — e estão vencendo
O estilista Virgil Abloh, morto em novembro de 2021: a Louis Vuitton não conseguiu achar um nome à altura para substituí-lo como diretor (Christian Vierig/Getty Images)
15 de dezembro de 2022, 06h00
Imagine um cargo de direção criativa de uma marca de moda ficar vago por mais de um ano. É o que vem acontecendo com a linha masculina da Louis Vuitton. Virgil Abloh morreu em novembro de 2021, e até agora a grife francesa não conseguiu encontrar um nome à altura para substituí-lo. Abloh foi o primeiro estilista negro a comandar a marca.
Nos quatro anos em que ficou no cargo, conseguiu criar apelo para as novas gerações ao aproximar a vestimenta da música e do universo das ruas. No mês passado, a Gucci anunciou o rompimento com o diretor criativo Alessandro Michele. Em 2015, ano em que entrou, a marca faturou 3,9 bilhões de euros.
Neste ano esse número deverá ficar em 10 bilhões de euros, equivalente a dois terços do total do grupo Kering. Michele quebrou paradigmas com uma moda maximalista, uma estética brecholenta cheia de estampas, o oposto do que se considerava seguro até então para uma marca de luxo.
Não se sabe ainda o motivo de sua saída, mas aventa-se um fato: ele estava ficando maior do que a marca. Esse é o poder dos estilistas hoje, potencializado pela exposição nas redes sociais. Os aficionados por moda não gostam apenas da Gucci: gostam da Gucci do tempo de Tom Ford, de Frida Giannini, de Alessandro Michele.
Como bem se sabe, humores dos consumidores mexem com os resultados financeiros. Em setembro deste ano a Burberry contratou como diretor criativo Daniel Lee, que fez um trabalho brilhante de revitalização da italiana Bottega Veneta. No dia do anúncio de sua contratação as ações da marca inglesa subiram 3,2%.
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