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Comprar The Body Shop foi tão ruim assim para a Natura?

As ações da Natura caíram 11% após o anúncio de sua maior aquisição, a varejista de produtos de beleza The Body Shop, por quase 4 bilhões de reais

 (Leandro Fonseca/Exame)

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GN

Giuliana Napolitano

Publicado em 19 de junho de 2017 às 05h50.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 05h50.

São Paulo – As ações da fabricante de cosméticos Natura caíram 11% nos dois dias seguintes ao anúncio de sua maior aquisição, a varejista de produtos de beleza The Body Shop, por quase 4 bilhões de reais. Os analistas, que já não indicavam a ação da Natura — apenas dois dos 15 profissionais que acompanham a empresa recomendavam comprar suas ações em maio —, ficaram ainda mais pessimistas após a operação, anunciada no dia 9 de junho.

Segundo o banco JP Morgan, a Body Shop, que tem 3 000 lojas em 60 países, precisa de uma transformação para ser mais lucrativa, e a Natura tem pouca experiência no varejo. Além disso, a aquisição vai dobrar a relação entre a dívida da Natura e sua geração de caixa (a agência de classificação de risco S&P colocou a nota da Natura em perspectiva negativa após a compra). Mas investidores que olham para o longo prazo têm uma visão mais, digamos, “construtiva”.

Dizem que, com a compra, a empresa deixa de ser refém das vendedoras autônomas (a maioria também trabalha para os concorrentes) e ganha um time de funcionários especializados em varejo para ajudar na desejada expansão, aqui e no exterior. A Natura tem 14 lojas no Brasil e um plano de chegar a 30 no fim do ano. A The Body Shop tem 133 lojas no país, que faturam cerca de 280 milhões de reais, ou 3,5% da receita da Natura.

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