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O Índice FipeZap+ analisou o preço de imóveis de dez cidades brasileiras

 (Cássia Roriz/Exame)

(Cássia Roriz/Exame)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 06h00.

 


Curitiba

Mercado desacelera após três anos de crescimento

Nos últimos 12 meses, o preço médio de imóveis à venda em Curitiba registrou alta de 6,65%, distante do crescimento de 16% anotado no mesmo período de 2022. A tendência de arrefecimento vem de antes: o ciclo de aperto monetário, que fez a taxa de juro alcançar dois dígitos em fevereiro do ano passado, havia pesado para a expansão mais lenta do preço da venda na capital paranaense em 2022, quando comparado com 2021, que ficou em 14,5%. De acordo com o Sindicato da Habitação e Condomínios do Estado do Paraná (Secovi-PR), o desempenho mais tímido do mercado é decorrente de uma estabilização na oferta e na demanda, após uma aceleração nos últimos três anos. “As taxas de juro mais elevadas não impediram as vendas nem os financiamentos — sendo estes responsáveis por mais de 60% das aquisições de moradias”, afirma Ricardo Toyofuku, presidente da entidade. Em contrapartida, o preço do aluguel ficou 21% mais caro e acima da média nacional, que foi de 16,3%, segundo o Datazap+.


Goiânia

A capital de Goiás registra maior valorização no preço do aluguel

No ranking das dez capitais analisadas pelo Índice FipeZap+, Goiânia tem a maior valorização de locação residencial nos últimos 12 meses. O preço do aluguel subiu mais do que o dobro da média nacional, ficando em 33,93%. O preço médio de locação é de 32,72 reais o metro quadrado. O vice-presidente do Sindicato das Imobiliárias e Condomínios do Estado de Goiás, Benjamin Ragonezi, explica que o movimento é derivado do crescimento da economia local, puxada pelo agronegócio. “Muitas famílias e empresas procuram fixar residência ou comércio na capital, onde veem o agro como uma oportunidade. Uma vez que Goiânia, após a pandemia, recuperou-se com muita rapidez, vários aluguéis estão voltando a seus valores originais.” Ana Tedesco, economista no Grupo OLX, concorda com a visão de que a economia de Goiânia colheu bons frutos da agropecuá­ria em 2021 e 2022. Contudo, ela ressalta que o crescimento do agro pode desacelerar neste ano por fenômenos externos, como o El Niño, que reflete no preço das vendas. Segundo o FipeZap+, a variação do preço de vendas no período foi de 15,4%, ante 19,6% em 2022.


Brasília

O impacto das eleições no mercado imobiliário da capital do país

As eleições impulsionaram o mercado de locação em Brasília. A chegada de novos representantes do Executivo — e de uma parcela do Legislativo — contribuiu para a variação do preço médio dos aluguéis subir para 13,45% nos últimos 12 meses, ante os 7,2% registrados em igual período de 2022, segundo o Índice FipeZap+. A importância do fator político neste ano não é à toa: houve uma mudança radical no corpo do governo. “Sentimos impactos maiores entre os meses de março e abril, mas o aquecimento no aluguel continuou nos meses seguintes”, diz Ovídio Maia, presidente do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Secovi-DF). As eleições movimentam o mercado imobiliário da capital do país. Em 2021, por exemplo, a variação do preço foi menor, de 2,7%, já que não houve votação para novos políticos.

O preço médio da venda de imóveis subiu 0,7%, com o menor resultado desde 2018. Para Maia, a taxa de juro afastou a demanda e pesou para a variação tímida do preço. “O financiamento perdeu força diante de uma Selic acima de 13%.”


Salvador

A capital baiana coloca o pé no freio após disparada do aluguel

O preço médio do aluguel em Salvador subiu 16,2% no ano passado, de acordo com o Índice FipeZap+. Neste ano, o cenário é diferente: em 12 meses, o preço médio de locação diminuiu para 9,3%. O motivo: a oferta e a demanda a caminho de um equilíbrio.

A pandemia gerou uma demanda reprimida e, com a retomada da economia, houve um boom nas locações. Só que a oferta não acompanhou — e os preços dispararam.

Com o preço de vendas, também houve estabilização. O Índice FipeZap+ ficou no mesmo patamar de 2022, alta de 6,3%. “O que causa essa estabilidade no preço de vendas é a taxa do financiamento”, diz Kelsor Fernandes, presidente do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia. Para a economista Larissa Gonçalves, do Grupo OLX, o mercado de venda deve ganhar fôlego com o corte da Selic e com o crescimento do capital, estimado em 2,7% no segundo semestre de 2023.


 


Fortaleza

O Preço de aluguel e de venda de imóveis desacelerou na capital do Ceará

Tanto o preço de venda como o de locação de imóveis, em Fortaleza, desaceleraram nos últimos 12 meses, segundo o Índice FipeZap+. A variação do preço de venda em agosto de 2023 foi de 7,3%, enquanto nomesmo período de 2022 foi de 9%. Já a variação de locação caiu ainda mais: de 28% para 16,8%. Sérgio Porto, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis do Cea-rá (Secovi-CE), explica que a baixa no preço de venda está atrelada à queda da renda da classe média na capital, que caiu devido à pandemia. Como o setor imobiliário depende do fator renda, os preços reduziram. O segmento de alta renda é o que mais tem se destacado em Fortaleza, com tíquete médio de imóveis em cerca de 2 milhões de reais. Em relação à locação, Coriolano Lacerda, gerente de Inteligência de Mercado no Grupo OLX, explica que durante a pandemia os preços foram renegociados para baixo e, após a normalização, houve um repasse dos valores represados. “A desaceleração representa uma retomada aos níveis normais de locação.”

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