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A Simples, da Reserva, quer ser a marca de básicos do Brasil

A Simples abre loja física e tem meta de faturar 50 milhões de reais neste ano. Entenda o que isso tem a ver com o quiet luxury

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Campanha da Simples: com peças básicas a preços acessíveis, a marca enxerga potencial de estar em 500 pontos de venda por todo o Brasil (Divulgação/Divulgação)

Campanha da Simples: com peças básicas a preços acessíveis, a marca enxerga potencial de estar em 500 pontos de venda por todo o Brasil (Divulgação/Divulgação)

Calça de sarja, camiseta de algodão, jaqueta bomber. Tudo com tecidos de qualidade, bom acabamento, sem logotipo aparente. Essa é uma combinação que poderia definir o chamado quiet luxury, a palavra do momento no mercado de moda. Trata-se de um novo termo para um movimento recorrente, a valorização da elegância sem estridência. Esse é também um figurino-padrão da Simples Reserva, marca do grupo Arezzo&Co que, ao contrário do estilo discreto apregoado, deve fazer bastante barulho.

A Simples Reserva foi lançada como marca própria há oito meses e está abrindo sua primeira loja física no fim de maio, no Barra Shopping, no Rio de Janeiro. Por que isso é importante? Porque a expectativa do grupo é que ela se torne a grande marca de básicos do Brasil. Em sua grade estão peças suficientes para dar conta do guarda-roupa masculino, feminino e infantil. Em estampas lisas, a preços de entrada. Até o mês passado o único canal de vendas era o site. Agora teve início um agressivo plano de expansão.

A ideia é que até o fim do ano a marca esteja em 1.000 multimarcas pelo país e com faturamento de 50 milhões de reais. Segundo João Vítor Assunção, head da Simples Reserva, o plano é abrir o maior número de lojas em bons pontos, se possível dez até o fim do ano. “Temos de tudo, em modelagens estendidas e com bom preço. Nossa capacidade é de chegar a 400, 500 lojas, com faturamento de 3 bilhões de reais”, diz o executivo.

Primeira loja da Simples Reserva

Primeira loja da Simples Reserva: peças básicas e alegres (Simples Reserva/Divulgação)

Esse é um tamanho parecido com o da Hering, que terminou 2022 com 789 lojas e receita bruta de 2,3 bilhões de reais. “Não entendo que somos concorrentes, talvez apenas no mercado endereçável”, diz Gabriel Zandomênico, diretor de marcas do Grupo Reserva. “Somos uma marca popular, no bom sentido. Temos de jeans a vestido de malha, tudo o que uma pessoa precisa ter no armário, mas com muita vida. Possuímos uma capilaridade enorme e potencial para estar em todos os cantos do país.”

A Simples tem 70% de sua grade composta de itens contínuos. São as camisetas e polos, por exemplo, que giram a cada ano, com pequenas melhorias de acabamento. Os itens posicionais ocupam 20%. São as mesmas peças, mas com uma cor mais quente para o verão ou mais fria para o inverno. E 10% são os produtos modais, como uma camiseta de tricô, uma camisa polo atoalhada, uma jaqueta puffer, roupas com mais informação de moda, mais ligadas às tendências das passarelas.

Loja da Simples Reserva no Barra Shopping

Loja da Simples Reserva no Barra Shopping: meta é ter 10 pontos de venda até o fim do ano (Simples Reserva/Divulgação)

Simplicidade após a pandemia

A paleta de cores da Simples é ampla. Estão lá tons mais alegres e sazonais, mas também o azul, o preto e o cinza, que andam aparecendo nas últimas semanas internacionais de moda. Aqui entra a intersecção da marca com o quiet luxury, esse luxo silencioso, uma moda dominada por peças lisas e de boa qualidade, que sussurra e não grita. “Menos austero que o minimalismo e mais polido que o normcore, a roupa de ficar em casa”, na definição da revista Vogue americana.

Como sempre acontece na moda, trata-se de um reflexo do momento, do zeitgeist. A pandemia exigiu roupas mais versáteis, que resolvessem a busca pelo conforto no lar e ao mesmo tempo cumprissem a etiqueta corporativa nas reuniões pelo Zoom. O retorno imediato à vida nas ruas, nos encontros e nas noites viu uma breve aparição de cores fortes, estampas ousadas e cortes que valorizam a pele. Um pouco do que acontecia até 2020. Desta vez, durou pouco. O temor de uma crise econômica e a preocupação com o ambiente trouxeram novas formas de expressão.

Não tão novas assim, na verdade. O mesmo fenômeno aconteceu depois da recessão de 2008, quando ostentar logomarcas tornou-se quase uma afronta. Nesses momentos, grifes como Loro Piana, Brunello Cucinelli e Hermès sobem na preferência dos fashionistas O figurino da série Succession segue essa cartilha. Com bonés de cashmere que custam 5.000 reais, a família Roy virou exemplo de elegância, mais pelas roupas do que pelas atitudes. Em um esperto movimento de marketing, a Zegna contratou Kieran Culkin, o Roman, como garoto-propaganda.

Mais do que apenas seguir uma onda do mercado, as marcas vêm sendo policiadas para aderir à discrição. Na conferência de resultados do primeiro trimestre do LVMH, o CFO Jean-Jacques Guiony teve de responder de que forma a tendência poderia impactar o grupo. Como de praxe, as tendências são ditadas pelo mercado de luxo, mas marcas de entrada seguem o caminho. Afinal, se o quiet luxury é um movimento de reação à opulência, não faz sentido que fique restrito a grifes exclusivas. Lá fora, Everlane, COS e M.M.LaFleur são etiquetas lembradas por oferecer qualidade a preços acessíveis.

Com peças que vão no máximo a 379 reais, e preço médio inferior a um terço desse valor, a Simples Reserva desponta justamente neste momento de valorização dos básicos. “Acredito na simplicidade na moda”, diz Zandomênico. “Nossas roupas trazem elegância, mas não falam mais do que os usuários.”  

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