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Devo pedir um acordo de confidencialidade ao investidor?

Investidores são profissionais em ouvir ideias e sabem a hora certa de sugerir a assinatura de um NDA, diz especialista

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2011 às 12h00.

Ao contar minha ideia a um investidor, devo pedir um acordo de confidencialidade?
Respondido por Yuri Gitahy, especialista em startups

Quando um empreendedor iniciante entra em contato com a Aceleradora pela primeira vez, ouvimos coisas como:

- "Tenho uma excelente ideia para um novo produto, mas não posso conta-la ainda. Vocês podem nos ajudar?"

- "Temos um produto/serviço inovador para o setor XYZ. Vocês investem em serviços inovadores nesse mercado?"

Quando ele é um profissional mais experiente e começou a empreender recentemente, a frase se torna:
- "Posso contar minha ideia, mas preciso que vocês assinem um NDA" (nota: NDA é a sigla para Non-Disclosure Agreement, ou Acordo de Confidencialidade)

Se você se encaixa em um desses perfis, nunca aborde um investidor dessa forma. Primeiro, porque é impossível ajudar alguém ou decidir investir em algo que não se sabe o que é. Segundo, porque você irá imediatamente perder o interesse de qualquer investidor ao falar assim.

NDAs são documentos de teor legal que criam vínculos jurídicos. Sabendo disso, imagine se um VC fosse assinar um NDA a cada vez que um empreendedor o aborda? Eles passariam o dia lendo e assinando dezenas contratos, além de precisar arquivar e monitorar os milhares que já assinou para evitar qualquer risco judicial. Cá entre nós, não faz sentido.

Se um investidor, consultor ou advogado imediatamente falar "Vamos assinar um NDA" ao ouvir você contando sua ideia, há uma grande chance dele ser totalmente inexperiente ou ter segundas intenções. Investidores são profissionais em ouvir ideias, e sabem a hora certa de sugerir a assinatura de um NDA.

Além disso, o melhor não é você abordar um investidor - e sim que ele aborde você. Trabalhe para seu projeto sair do papel, começar a ganhar corpo e ter visibilidade - caso ele seja realmente promissor, você vai ter mais trabalho atendendo investidores do que imagina.

 

Yuri Gitahy é investidor-anjo, conselheiro de empresas de tecnologia e fundador da Aceleradora, que apoia startups com gestão e capital semente

Envie suas dúvidas sobre startups para examecanalpme@abril.com.br.


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