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Bradesco lança prédio para abrigar negócios inovadores

Instituição financeira anunciou nesta semana a criação de seu próprio espaço de coworking, com espaço para até 1.500 membros de startups e grandes empresas

Habitat, espaço de coworking para startups do Bradesco: banco já investiu em sete startups pelo braço de corporate venture (Egberto Nogueira/Bradesco/Divulgação)

Habitat, espaço de coworking para startups do Bradesco: banco já investiu em sete startups pelo braço de corporate venture (Egberto Nogueira/Bradesco/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2018 às 06h00.

São Paulo - O Bradesco anunciou nesta semana a abertura de mais um espaço de coworking para negócios inovadores na cidade de São Paulo.

O Habitat se autointitula um "espaço de coinovação", no qual convivem startups e grandes empresas que trabalham com temas como algoritmos e Big Data, Blockchain, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Open API e plataformas digitais em geral. O investimento no local não foi divulgado.

Esta não é a primeira vez que um banco se movimenta para estar próximo das startups. O Cubo, espaço de coworking feito pelo Itaú Unibanco em conjunto com o fundo Redpoint eventures, foi idealizado em novembro de 2014.

Motivações

O Habitat faz parte do braço de inovação do Bradesco, chamada de inovaBra. Criado há quatro anos, o inovaBra já possui iniciativas de inovação interna e externa.

Internamente, aplicou design thinking e reuniu 16 laboratórios de tecnologia do banco em um só espaço, chamado inovaBraLab. Externamente, criou um programa que já acelerou quase 3 mil startups e faz aportes por meio do inovaBra Ventures, além de contar com uma equipe localizada Nova York (EUA) para desenvolver novos serviços por meio do inovaBra International.

"O banco enxerga um mundo complexo e diverso, com uma transformação acelerada pelo digital. Não enxergamos um futuro em nossos serviços sem a inovação", afirmou Maurício Minas, vice-presidente do Bradesco, na coletiva de lançamento do Habitat.

"As startups que estão e estarão aqui são fundamentais para nossa jornada de médio e longo prazo. Como enxergamos a inovação como uma coinovação, temos aqui outras empresas que também compartilham essa visão", completa. "Nós queremos aplicar o que é criado aqui em nosso próprio negócio, enxergando uma capacidade de geração de valor ao banco, o que poderá incluir uma relação de investimento."

Habitat, espaço de coworking para startups do Bradeso

- (Egberto Nogueira/Bradesco/Divulgação)

A escolha por negócios que trabalhem com tecnologias como big data, blockchain e inteligência artificial se dá pelo entendimento de que o Bradesco deve se tornar um agregador de serviços financeiros. Para isso, investirá mais em seus canais digitais e se aprofundará em conceitos como open banking. "O mundo evolui nessa direção - basta olhar para a Amazon. Queremos ter relevância nesse cenário", diz Minas.

Com capacidade para 1.500 posições, o coworking possui 600 locais já ocupados por 100 startups e 23 grandes empresas. Alguns dos negócios presentes são as gigantes Alelo, Amazon Web Services, BigData Corp, IBM e Microsoft e as startups Cuponeria, Qranio, Semantix e Vérios. A expectativa é abrigar entre 180 e 200 startups e 40 grandes empresas, além de investidores e membros da academia.

O Habitat é uma iniciativa do Bradesco em conjunto com a WeWork, que chegou ao Brasil em julho de 2017 e já possui diversos espaços do tipo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ela será responsável pelo gerenciamento do prédio e pelo relacionamento com os frequentadores.

Habitat

Localizado entre a Avenida Angélica e a Rua da Consolação, o Habitat conta com uma área de 22 mil metros quadrados e funciona 24h por dia.

São dez andares, descontando-se o rooftop para eventos e confraternizações. O 10º andar não possui posições fixas e conta com um auditório para 150 pessoas. Já o 9º andar também não possui posições fixas, mas suas áreas para eventos são mais abertas e descoladas, além de possuir salas para a produção de conteúdo em vídeo e para a realização de palestras.

Entre o 8º e o 1º andar estão, de fato, os espaços de trabalho dos habitantes. São salas fechadas de diversos tamanhos, que podem abrigar tanto as startups e grandes empresas selecionadas pelo Habitat quanto a comunidade WeWork, que possui passe livre para entrada no prédio.

O Bradesco afirma que, além de contar com eventos e posições de trabalho, o Habitat terá apoio à geração de negócios entre os habitantes, dinâmicas em grupo, mentorias e workshops de inovação.

Para entrar no Habitat, a startup precisa se candidatar e passar por uma seleção. O Bradesco procura startups mais maduras, que já tenham passado do estágio de incubação. Isso porque as soluções desses negócios já poderão ser apresentadas às grandes empresas presentes no coworking - um grande diferencial para as startups na hora de escolher o Habitat como moradia.

Habitat, espaço de coworking para startups do Bradesco

- (Egberto Nogueira/Bradesco/Divulgação)

O preço por posição é de 700 reais mensais para as startups, com um subsídio para negócios entrantes. Os negócios inovadores também poderão ser atendidos como correntistas do Bradesco e ter acesso a produtos financeiros específicos.

Para investidores, a mensalidade por posição é de 1.200 reais. Para clientes corporativos, o valor sobe para 3.200. Por fim, para parceiros tecnológicos, cada posição vale 3.200 por mês. O pagamento é feito à WeWork, e quem está no Habitat também poderá trabalhar nos outros espaços de coworking da rede.

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