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63% dos empreendedores não ligam para a Copa, diz pesquisa

A maioria dos empresários de cidades sede do mundial não está se preparando para o evento e, mesmo assim, espera faturar mais

Jovem faz embaixadinhas com bola de futebol em frente a muro com pintura da bandeira do Brasil, em favela do Rio de Janeiro (Buda Mendes/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 11h40.

São Paulo – A menos de dois meses para a Copa do Mundo , mais da metade dos empreendedores não está preocupada em se preparar para o evento. Segundo uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas 18% das pequenas empresas estão realmente preparadas para os jogos e 19% pretendem fazer algum tipo de preparação, mas ainda não começaram.

Boa parte dos empresários ouvidos diz que não há necessidade de preparação. Essa foi a justificativa de 42% dos pesquisados. Outros 17% disseram que a concorrência também não está fazendo grandes preparações e 13%, que os investimentos feitos durante a Copa das Confederações, em 2013, serão suficientes para atender a demanda neste ano.Essa preparação inclui ampliação de estoques, contratação de funcionários, aumento da variedade de produtos e treinamento de equipe.

Mesmo sem se preparar, 56% dos empresários esperam faturar mais no período. De acordo com a pesquisa, 16% estão muito otimistas, 33%, indiferentes com o aumento nas vendas, e 7%, esperam queda no resultado. Entre os mais pessimistas estão os comerciantes, com 27% dos entrevistados dizendo que o setor deve lucrar menos com a Copa. Os feriados em dias de jogos devem causar essa baixa nas vendas.

O estudo ouviu 600 empresários em 7 das 12 cidades sede do campeonato, nos principais setores afetados pelo evento. As empresas da área de locomoção e transporte são as menos empolgadas: 64% dos empresários não pretendem fazer investimentos ou contratações para o período. Na área de comércio e alimentação, mais da metade dos empresários está na mesma situação.

O setor mais otimista com a Copa do Mundo é a área de turismo, em que 42% das empresas garantem estar preparadas para atender a demanda do período. Veja na tabela abaixo o resultado por setor:

Resultados por setorEstá preparadoVai se prepararNão vai se preparar
Geral18%19%63%
Locomoção17%18%64%
Hotelaria32%14%55%
Diversão19%22%59%
Comércio13%28%60%
Alimentação11%26%62%
Agências de turismo42%12%45%

Entre as cidades avaliadas, o Rio de Janeiro teve o pior resultado. Só 22% dos empresários disseram que já estão preparados ou irão se preparar para o evento. Mesmo assim, os cariocas são os mais otimistas com os resultados da Copa. Pelo menos 45% dos entrevistados acreditam que o volume de vendas crescerá muito durante os jogos no Rio de Janeiro. Fortaleza é a cidade mais empenhada em se preparar, com 81% das empresas prontas ou em preparação para os dias de jogos. Veja na tabela abaixo o resultado por cidade analisada:

Resultados por cidadeEstá preparadoVai se prepararNão vai se preparar
Fortaleza67%14%19%
Brasília7%26%67%
Rio de Janeiro14%8%78%
São Paulo8%22%70%
Recife58%14%28%
Salvador44%15%41%
Belo Horizonte13%26%61%
São Paulo – Faltando pouco menos de 400 dias para a Copa do Mundo e prestes a começar a Copa das Confederações, os empreendedores brasileiros já estão afinando os detalhes para faturar mais com os grandes eventos. Alguns tipos de negócios, como na área de construção civil, já estão finalizando o período de alta nas vendas. Outros, no entanto, ainda podem começar agora e faturar com a competição. Segundo Cassio Santos e Oliveira, consultor do Sebrae-SP, há espaço para as pequenas empresas ganharem no antes, durante e depois do evento. “Construção, madeira e móveis e TI são setores mais ligados a infraestrutura que as cidades sede precisam ter”, exemplifica. A partir de 2013, começa o teste para alguns negócios. “No ano anterior à Copa, a FIFA faz a Copa das Confederações que, na prática, serve como um ensaio para ver como o país vai se comportar”, indica.  Nesta etapa outros setores são mais impactados, como turismo, economia criativa e serviços em geral. Por isso, quem pensa em começar um negócio neste ano e ainda faturar com a Copa precisa pesquisar os setores que serão mais impactados durante e depois da competição. “Independente da época em que queira abrir uma empresa, a principal coisa é se planejar. Se está querendo abrir nesse momento, tem que pensar em um planejamento para o ano que vem, mas tem que fazer um para médio e longo prazos também”, ensina.  Veja as sugestões de Oliveira nas próximas páginas.
  • 2. Turismo receptivo

    2 /10(David Silverman/Getty Images)

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    Os países que recebem eventos como a Copa do Mundo costumam ter um reflexo no turismo também após a competição. Com mais exposição, mais turistas devem procurar o local nos próximos anos. “As agências de turismo receptivo, por exemplo, vão ganhar na fase de pós-evento também”, diz.
  • 3. Doces típicos

    3 /10(ALEX SILVA)

  • Segundo um estudo do Sebrae, o agronegócio era uma área com oportunidade para pequenas empresas. Durante a fase do evento, haverá uma procura maior por negócios que só processem os insumos e não mais na produção. “Podemos falar de agroindústria, como de doces caseiros. Você compra a fruta, faz processamento e revende o doce”, indica.
  • 4. Artesanato

    4 /10(Wikimedia Commons)

    Mais profissionais, os artesãos devem se beneficiar com uma agregação de valor aos seus produtos. “Sai da questão do trabalho manual e passa a falar de um artesanato com identidade cultural e um interesse de mercado. Assim, a gente consegue dar um salto de qualidade no produto artesanal”, indica.
  • 5. Lembranças

    5 /10(Stock.xchng)

    A procura por itens típicos do país deve se intensificar com a chegada dos turistas estrangeiros. “Eles querem levar alguma lembrança que faça referência à identidade cultural do país ou da região”, explica. Além disso, todo o comércio varejista deve ficar aquecido no período. Vale lembrar que todos os produtos que usam imagens oficiais da Copa exigem licenciamento.
  • 6. Soluções integradas de softwares

    6 /10(Mikhail Popov/Stock Exchange)

    A área de TI, protagonista de programas do governo como o TI Maior, deve se beneficiar também da fase pós-evento. “Vemos isso principalmente com as empresas que trabalham com soluções integradas de softwares. Com a modernização dos estádios, da rede hoteleira e dos restaurantes, há necessidade de desenvolvimento de novos softwares e tecnologias que vão impactar esses setores”, explica.
  • 7. Brindes corporativos

    7 /10(Mario Rodrigues/VEJA SÃO PAULO)

    Além de ingressos, muitas empresas devem aproveitar o evento para distribuir brindes relacionados ao país. Neste movimento, a área de brindes corporativos também tem potencial de crescimento. “Este negócio vai crescer muito para a Copa. As empresas patrocinadoras estão buscando parcerias e produtos”, indica.
  • 8. Segurança patrimonial

    8 /10(Pascal Le Segretain/Getty Images)

    A realização da competição no país também abre espaço para mais negócios na área de segurança. “No pós-evento, o aumento do fluxo turístico e do consumo faz com que tenha uma necessidade de segurança privada maior”, diz.
  • 9. Serviços

    9 /10(Stock.Xchange)

    Como um todo, o setor de serviços deve se aquecer e sentir um impacto importante durante a Copa. “Há uma gama enorme de negócios, como lavandeira, segurança, locação de automóveis e de equipamentos para eventos”, sugere.
  • 10. Agora, veja outras ideias de negócios

    10 /10(Bartosz Borecki/stock.xchng)

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