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Votorantim lucra 174% mais em 2013, mas aquém da meta

O lucro saltou de R$ 87 milhões em 2012 para R$ 238 milhões


	Grupo Votorantim: em 2013, o faturamento cresceu 14% e chegou a R$ 26,2 bilhões
 (Divulgação)

Grupo Votorantim: em 2013, o faturamento cresceu 14% e chegou a R$ 26,2 bilhões (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 09h38.

São Paulo - O lucro da Votorantim Industrial (VID), holding que inclui negócios de metais, cimento e mineração, quase triplicou no ano passado, saltando de R$ 87 milhões em 2012 para R$ 238 milhões. Sem levar em contas eventos extraordinários, que provocaram baixas contábeis, o lucro líquido seria de R$ 1,2 bilhão.

Apesar da melhora em relação a 2012, o lucro líquido está longe das metas do grupo. “O resultado (lucro líquido) está aquém do que a gente gostaria”, diz o novo diretor geral da VID, João Miranda. Ele diz, porém, que os resultados gerais do grupo em 2013 foram muito positivos e afirma ter convicção de “resultados crescentes e positivos daqui para a frente”.

Todas as áreas da empresa apresentaram crescimento de receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação de amortização - indicador similar à geração de caixa).

Dívida

Em 2013, o faturamento cresceu 14% e chegou a R$ 26,2 bilhões. Um dos principais avanços, segundo o grupo, foi na redução de alavancagem, o nível de endividamento comparado à geração de caixa.

Em 2012, a relação era de 3,58 vezes a geração de caixa. Estava próximo do limite de 4 vezes, levado em conta pelas agências de classificação de risco de crédito. Acima deste nível, as agências podem cortar a nota de grau de investimento, considerada segura pelos investidores.


Em 2013, a dívida líquida da VID ficou em R$ 16,8 bilhões, e a alavancagem caiu para 3,12 vezes a geração de caixa. O resultado melhorou, mas também ainda está distante da meta traçada para o grupo. Segundo Miranda, o objetivo é reduzir essa relação para duas vezes.

O processo de redução de endividamento é uma das prioridades este ano. Na segunda-feira, 10, o grupo anunciou a oferta de recompra de até US$ 1 bilhão em dívidas. O objetivo é reduzir a exposição do grupo a dívidas em dólar.

“O motivo para fazer isso é, de um lado, reduzir dívida bruta (que está em R$ 23,4 bilhões), e, de outro, diminuir um pouco mais a exposição cambial ao nosso fluxo de caixa e ao nosso demonstrativo de resultados”, explica Miranda.

Metade da recompra será bancada por recursos próprios e o restante, por empréstimos em reais. Sob o guarda-chuva da VID estão as operações industriais do grupo nas áreas de cimento, metais (alumínio, níquel, zinco e cobre), siderurgia, celulose e mineração.

A área de cimento, a mais importante para o grupo, registrou crescimento de 28% na receita líquida, que chegou a R$ 12,4 bilhões. A margem Ebitda ficou em 31%.

Além do crescimento das vendas de 4,8% no Brasil em relação a 2012 - o dobro do obtido pelo setor como um todo - a melhora do resultado veio da consolidação no balanço da Votorantim Cimentos Europa, Ásia e África. Essas operações eram parte da Cimpor, cimenteira que tinha como sócias a Camargo Corrêa e a Votorantim.

Em 2012, os Ermírio de Moraes venderam sua fatia para a Camargo e, como condição para que o negócio se concretizasse, passaram a controlar ativos da Cimpor em sete países.


A divisão de cimentos foi a que mais recebeu investimentos em 2013 e continuará sendo prioritária em 2014. No ano passado, a VID investiu cerca de R$ 3 bilhões, acima dos R$ 2,4 bilhões de 2013.

Desse total, um terço será para projetos de expansão e dois terços para manutenção, invertendo assim a relação do ano passado. Do montante que será destinado à expansão de negócios, 80% ficarão com os negócios de cimento.

Para este ano, o grupo não prevê compras de ativos nem vendas significativas. A única programada até agora é a venda de uma pequena unidade da cimenteira Cimpor, na China.

Fibria

Questionado sobre eventuais negociações entre a Fibria, braço de celulose do grupo, para uma fusão com a Eldorado, da J&F Participações, Miranda desconversa. “Ninguém em sã consciência fica especulando sobre passo estratégico. Não estou falando dessa (negociação), mas de qualquer uma”.

A Votorantim também mantém planos de retomar a oferta pública inicial (IPO) da Votorantim Cimentos, mas não tem data definida. “É difícil prever o comportamento de mercado num momento como este, com tanta volatilidade, retirada de estímulo monetário e câmbio oscilando muito”, diz. “

Como não seria um IPO pequeno e não temos pressa, vamos fazer isso quando tiver segurança de que o mercado está mais positivo”, afirma Miranda. No ano passado, a operação era avaliada em R$ 10,3 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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