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Telecom Itália comprará o restante do capital da TIM

Grupo italiano, que já controla a TIM, pretende adquirir os 44% de ações da subsidiária em circulação no mercado por 20 bilhões de euros

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Telecom Itália prepara uma oferta para a aquisição de 44% das ações da operadora de telefonia móvel TIM. A companhia já detém 56% do capital da TIM, mas agora deseja obter o controle total de sua subsidiária. A Telecom Itália está disposta a pagar cerca de 20 bilhões de euros (26,9 bilhões de dólares) em dinheiro e ações para os detentores de papéis da TIM.

Segundo o americano The Wall Street Journal, os conselhos de administração da Telecom Itália e da TIM devem se reunir amanhã (7/12) para finalizar o acordo. A transação também envolve a Olímpia, empresa de investimento que detém 17,2% da Telecom Itália. A Pirelli, mais conhecida por fabricar pneus, possui 50,4% do capital da Olímpia.

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Mais do que sinergias operacionais, o que motiva a aquisição são as vantagens financeiras que a Telecom Itália e a Olímpia poderão obter com o bom desempenho da TIM, conforme The Wall Street Journal. Ao controlar totalmente a empresa, a Telecom Itália poderá desviar parte do caixa da TIM para honrar as suas dívidas, estimadas em 30 bilhões de euros.

Já os acionistas da Olímpia, representados pela Pirelli, pela família Benetton e por dois bancos e um fundo de investimentos, a compra pode representar um aumento dos dividendos pagos pela Telecom Itália e do patrimônio líquido da Olímpia. Os acionistas da Olímpia viram o preço dos papéis da Telecom Itália se desvalorizar em mais de 40% desde que os adquiriram em 2001. A operadora de telefonia já distribuiu cerca de 180 milhões de euros em dividendos para os acionistas da Olímpia, mas a empresa de investimento sofre com pesados encargos financeiros gerados pelo dinheiro que tomou emprestado para adquirir a participação na operadora (cerca de 160 milhões de euros por ano).

Sinergias

À parte as vantagens financeiras, o negócio pode impelir a Telecom Itália a adotar um novo modelo de negócios a fim de integrar suas operações de telefonia fixa e móvel. Poucos analistas, porém, acreditam em benefícios operacionais imediatos. "Estamos nos esforçando para enxergar qualquer sinergia gerada pela combinação da Telecom Itália com a TIM", afirma um relatório do banco Bear Stearns citado por The Wall Street Journal.

No Brasil, a incorporação também não deve gerar mudanças imediatas. A Telecom Itália detém 31% da Brasil Telecom e está envolvida numa disputa com o Opportunity sobre questões societárias. Já a TIM opera no país há seis anos e conta com 8 milhões de clientes. "Neste momento, a transação na Itália não deve repercutir na operação das empresas no Brasil", afirma Luciana Leocádio, analista do Banco Espírito Santo.

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