State Grid visita Abengoa e estuda aquisições, dizem fontes
A State Grid realizou visitas a projetos de transmissão de energia da Abengoa no Brasil, para avaliar uma eventual aquisição dos ativos, dizem fontes
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2016 às 17h55.
Brasília/São Paulo - A estatal chinesa State Grid realizou visitas a projetos de transmissão de energia da Abengoa no Brasil, para avaliar uma eventual aquisição dos ativos, após a companhia espanhola ter paralisado todas suas obras no país em meio a uma crise financeira, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
Segundo uma das fontes, uma autoridade federal próxima das negociações, a venda de todo o pacote de ativos da Abengoa no Brasil aos chineses é vista como alternativa preferencial em Brasília, porque a State Grid é considerada a única companhia com fôlego financeiro para o negócio, e a prioridade seria dar uma solução definitiva para o caso.
A fonte afirmou, sob a condição de anonimato, que o governo não gostaria de realizar uma venda em separado dos ativos da Abengoa para vários agentes, porque o processo seria mais lento e poderia resultar em ativos sem interesse.
A State Grid, que tem investido no Brasil desde 2010, em montantes que superam 1 bilhão de dólares, não fez comentários sobre a visita aos projetos da Abengoa.
A empresa chinesa apenas reiterou em nota à Reuters que "há interesse nos ativos da Abengoa, mas que nenhuma proposta formal foi realizada". No início de março, a companhia já havia divulgado tal posicionamento.
A Abengoa não respondeu a um pedido de comentário.
O Ministério de Minas e Energia realizou desde o final do ano passado uma série de reuniões com investidores brasileiros e internacionais de transmissão, com o objetivo de encontrar interessados nos ativos da Abengoa, que incluem linhas em operação e projetos a serem implementados.
Entre as linhas a cargo da companhia estão estruturas vistas como essenciais para escoar a produção da hidrelétrica de Belo Monte, do Pará ao Nordeste, e para levar à rede a energia de usinas eólicas e solares.
Especialistas têm dificuldade em estimar os montantes que poderiam ser envolvidos no negócio, uma vez que a Abengoa possui linhas já em operação, que geram receita, mas também cerca de 6 mil quilômetros em linhas em construção, em diferentes estágios, e muitas delas ainda demandando investimentos bilionários.
Além disso, a espanhola deixou mais de 800 milhões de reais em dívidas junto a fornecedores de equipamentos, que já têm as peças prontas, mas não realizaram a entrega pela falta de pagamento, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Já a State Grid tem investido fortemente no Brasil, onde chegou em 2010 por meio da aquisição de sete companhias de transmissão no valor de 989 milhões de dólares.
Desde então, os chineses já investiram mais 200 milhões de reais em uma sede no Rio de Janeiro e arremataram diversos projetos em leilões do governo, como os dois linhões de ultra-alta tensão que levarão a energia de Belo Monte do Norte ao Sudeste do país, atualmente em construção.
Brasília/São Paulo - A estatal chinesa State Grid realizou visitas a projetos de transmissão de energia da Abengoa no Brasil, para avaliar uma eventual aquisição dos ativos, após a companhia espanhola ter paralisado todas suas obras no país em meio a uma crise financeira, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
Segundo uma das fontes, uma autoridade federal próxima das negociações, a venda de todo o pacote de ativos da Abengoa no Brasil aos chineses é vista como alternativa preferencial em Brasília, porque a State Grid é considerada a única companhia com fôlego financeiro para o negócio, e a prioridade seria dar uma solução definitiva para o caso.
A fonte afirmou, sob a condição de anonimato, que o governo não gostaria de realizar uma venda em separado dos ativos da Abengoa para vários agentes, porque o processo seria mais lento e poderia resultar em ativos sem interesse.
A State Grid, que tem investido no Brasil desde 2010, em montantes que superam 1 bilhão de dólares, não fez comentários sobre a visita aos projetos da Abengoa.
A empresa chinesa apenas reiterou em nota à Reuters que "há interesse nos ativos da Abengoa, mas que nenhuma proposta formal foi realizada". No início de março, a companhia já havia divulgado tal posicionamento.
A Abengoa não respondeu a um pedido de comentário.
O Ministério de Minas e Energia realizou desde o final do ano passado uma série de reuniões com investidores brasileiros e internacionais de transmissão, com o objetivo de encontrar interessados nos ativos da Abengoa, que incluem linhas em operação e projetos a serem implementados.
Entre as linhas a cargo da companhia estão estruturas vistas como essenciais para escoar a produção da hidrelétrica de Belo Monte, do Pará ao Nordeste, e para levar à rede a energia de usinas eólicas e solares.
Especialistas têm dificuldade em estimar os montantes que poderiam ser envolvidos no negócio, uma vez que a Abengoa possui linhas já em operação, que geram receita, mas também cerca de 6 mil quilômetros em linhas em construção, em diferentes estágios, e muitas delas ainda demandando investimentos bilionários.
Além disso, a espanhola deixou mais de 800 milhões de reais em dívidas junto a fornecedores de equipamentos, que já têm as peças prontas, mas não realizaram a entrega pela falta de pagamento, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Já a State Grid tem investido fortemente no Brasil, onde chegou em 2010 por meio da aquisição de sete companhias de transmissão no valor de 989 milhões de dólares.
Desde então, os chineses já investiram mais 200 milhões de reais em uma sede no Rio de Janeiro e arremataram diversos projetos em leilões do governo, como os dois linhões de ultra-alta tensão que levarão a energia de Belo Monte do Norte ao Sudeste do país, atualmente em construção.